Bagdá: cristãos em festa pela ordenação de três novos sacerdotes

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A cerimônia deste domingo, 18 de dezembro, na Catedral de São José, presidida pelo patriarca caldeu. Os três novos sacerdotes representam a diáspora, a comunidade da capital e o Curdistão iraquiano. Cardeal Sako: uma missão na qual “a chama do entusiasmo” deve permanecer viva. A importância da oração e do vínculo com a comunidade

Vatican News

O sacerdócio “assume dentro de si” toda a essência de uma pessoa, de um cristão, e permeia “seu pensamento, seus sentimentos e sua atividade”. Foi o que ressaltou o patriarca de Bagdá dos caldeus, cardeal Louis Raphael Sako, durante sua homilia na missa de ordenação de três novos sacerdotes da Igreja iraquiana.

A celebração realizou-se este domingo, 18 de dezembro, na Catedral de São José, em Bagdá, e foi um momento de festa para uma comunidade cristã marcada – como o resto do país – por violências e guerras, mas que tem tentado, nos últimos tempos, reerguer-se.

Dirigindo-se aos três novos pastores, o cardeal acrescentou que o sacerdócio não é “um trabalho para adquirir a vida”, mas é uma missão de serviço que deve manter viva “a chama do entusiasmo” e deve, portanto, “aprender a se renovar constantemente”.

Novos sacerdotes oriundos de Madri, Bagdá e Alqosh

Os três novos sacerdotes são: José Emanuel Martins, nascido em Madri, na Espanha, em 1969. Ele é formado em Literatura Árabe e estudou Teologia na Espanha e é um símbolo da comunidade caldeia da diáspora; Bashar Basil Najeeb, nascido em Bagdá em 1995, é formado em Ciência da Computação e está prestes a obter o mestrado em Teologia pelo Pontifício Colégio Babilônia na capital iraquiana. Aiden Elia Jejo, nascido em Alqosh (no Curdistão iraquiano) em 1982, emigrou para a Holanda onde estudou teologia, hoje trabalha como professor de inglês e é casado com Larsa Khaled Matti.

Numerosas personalidades eclesiásticas locais participaram da celebração, bem como uma grande multidão de fiéis. Além do primaz caldeu, que presidiu à ordenação, participaram o núncio apostólico no Iraque, dom Mitja Leskovar, o auxiliar de Bagdá e braço direito do patriarca, dom Basílio Yaldo, os embaixadores da Itália, Espanha e Austrália, numerosos sacerdotes, freiras, monges e leigos da capital e de outras partes do país.

Dedicar a vida a serviço de Cristo e dos irmãos

Em sua homilia, o patriarca Sako destacou que um dos momentos mais importantes da ordenação é quando o novo sacerdote declara sua fé e prontidão para dedicar sua vida “ao serviço de Cristo e dos irmãos”. E à pergunta ele responde “com entusiasmo: sim, eis-me aqui”.

Há, então, o ato de ajoelhar-se como uma “expressão de humildade, obediência e ação de graças”, para depois receber o óleo crismal como sinal do Espírito Santo.

Convite à oração na vida do sacerdote

Aos novos sacerdotes, um dos quais é casado na tradição da Igreja oriental, o patriarca Sako renovou o convite à oração, um meio para o sacerdote “alimentar sua relação com Deus e com Cristo”. Não é uma “rotina”, mas um elemento “essencial” que é também “uma fonte de paz, tranqüilidade e segurança”.

O segundo ponto é “a relação com a Igreja” dentro da qual o sacerdote atua como uma “equipe harmoniosa” que carrega “a mesma mensagem” e “não se desvia dela”. Por fim, o “relacionamento com o povo”, com sua comunidade que todo padre “carrega em seu coração” dedicando a própria vida ao “serviço deles” como mães, pais, irmãos e filhos.

Chamando-os pelo nome, o cardeal lhes pediu para serem “testemunhas” do amor, do perdão e salvação de Cristo, e lhes agradece por escolherem o sacerdócio “numa sociedade que está perdendo seus valores humanos e espirituais”, caminhando cada vez mais para o materialismo. Concluindo, o patriarca agradeceu àqueles que “contribuíram para a educação deles: a família, a Igreja e todos os padres que os prepararam para este dia especial”.

(com AsiaNews)

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