Na encarnação de Cristo se revela o conteúdo, objetivo e finalidade da existência humana. O Deus mais que perfeito existe como o homem perfeito para que possamos existir “no modo de Deus”, ressalta o patriarca ecumênico de Constantinopla. Neste dia santo do Natal honramos o “mistério de todos os tempos “da Divina Encarnação. A autêntica festa cristã do Natal de hoje constitui um ato de resistência à secularização da vida e ao enfraquecimento ou morte da consciência do mistério, enfatiza Bartolomeu I
Raimundo de Lima – Vatican News
Prosseguindo junto com a Virgem Toda-Santa, que vem “para dar à luz de forma indizível” ao Logos pré-eterno, e contemplando Belém que se prepara para acolher a Criança Divina, eis que chegamos novamente ao Natal, cheios de sentimentos de gratidão ao Deus de amor. É o que afirma o patriarca ecumênico de Constantinopla Bartolomeu I em sua mensagem de Natal.
“O caminho rumo à grande festa do nascimento segundo a carne do Salvador do mundo será diferente este ano nas condições exteriores, por causa da pandemia latente. A vida eclesiástica, a participação dos fiéis nas funções sagradas, a solicitude pastoral e o bonito testemunho no mundo, também sofrerão as consequências das restrições sanitárias”, continua o patriarca.
Nas sociedades secularizadas, o Natal perdeu sua cor, fizeram dele a festa do consumo ostentado e do mundanismo, sem suspeitar que neste dia santo honramos o “mistério de todos os tempos “da Divina Encarnação. A autêntica festa cristã do Natal de hoje constitui um ato de resistência à secularização da vida e ao enfraquecimento ou morte da consciência do mistério.
Em Cristo, todos os homens são chamados à salvação
Na encarnação do Logos se revela o conteúdo, objetivo e finalidade da existência humana. O Deus mais que perfeito existe como o homem perfeito para que possamos existir “no modo de Deus”, ressalta Bartolomeu.
Em Cristo, todos os homens são chamados à salvação. Diante de Deus, “não há mais judeu ou grego; não há mais servo ou livre; não há mais homem ou mulher, porque todos vós sois um em Cristo Jesus”, teologiza o Apóstolo Paulo de forma inspirada por Deus.
“O Natal é toda a vida divino-humana da Igreja, na qual Cristo vive continuamente como Aquele que foi, é e será. Aquele que está “nos braços da Mãe” é Aquele que “está no seio do Pai”, o Menino Jesus é aquele que foi crucificado, ressuscitou e ascendeu à grandeza no céu, o juiz justo e Rei da grandeza.”
Neste Natal, oremos por nossos irmãos enfermos
Em meio a muitas condições e aflições, a voz melodiosa do “anjo do Senhor” ecoa hoje, “proclamando uma grande felicidade, …a todo o povo: hoje vos nasceu um Salvador, que é Cristo Senhor”. Celebremos o Natal, orando por nossos irmãos e irmãs que estão em perigo ou doentes, exorta o patriarca.
Admiramos a abnegação de médicos e enfermeiros e de todos aqueles que contribuem para enfrentar a pandemia, enfatiza ainda, evidenciando também o esforço do clero na assistência aos atingidos por esta crise pandêmica, todos estes, “símbolos de sacrifício e espírito de serviço, a inspiração e força motriz é o amor, que é sempre um dom da graça divina, nunca exclusivamente nosso próprio esforço pessoal”, observa.
“Celebrando juntamente com todos vocês, num espírito piedoso, o Natal e as festas restantes dos Doze Dias Sagrados, desejamos de nosso Sagrado Centro Fanar (sede do patriarcado, ndr) que o Salvador que desce entre a estirpe dos homens, possa dar-lhes saúde, amor mútuo, progresso em cada boa obra e cada bênção que vem do alto, no novo ano que está prestes a começar e em todos os dias de suas vidas”, conclui o patriarca Bartolomeu I.