Bioeta Marlon Derosa: “a legalização do aborto não é a solução”

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Dissertação de mestrado em bioética na Universidade Jérôme Lejeune (Espanha) culmina em livro intitulado ‘Números abortados – a manipulação das estimativas de abortos no mundo’.

Rosa Martins – Vatican News

Como funcionam as estimativas de abortos clandestinos em âmbito mundial e como desacreditá-las. Esse é o tema principal da dissertação de mestrado em bioética de Marlon Derosa, concluída na Universidade Jérôme Lejeune (Espanha), que culminou no livro intitulado ‘Números abortados – a manipulação das estimativas de abortos no mundo’.

O livro, que foi lançado este ano, revela tentativas de forçar governos a mudar políticas públicas por meio de levantamentos que distorcem a realidade do abortamento. “Essa obra visa ajudar no debate especialmente quando se fala de estimativa de aborto clandestino no Brasil e número de abortos legais no mundo”, explica.

As críticas e as análises contidas no livro foram apresentadas, segundo Darosa, ao Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro, em março de 2019 para um grupo renomados de médicos de orientação pro-legalização e pró-vida, apresentando-lhes os principais erros de estimativa.

Livro de Derosa

Livro de Derosa

De acordo com a pesquisa, o tema do aborto no cenário mundial tem se ancorado num único método de estimativa, cujos responsáveis são pesquisadores do Instituto Guttmacher. A entidade foi criada dentro da Clínica de aborto, a IPPF (International Planned Parenthood Federation), a maior player no mercado de aborto no mundo. “Essa Organização tem como missão, divulgar, clara e abertamente a liberação e o acesso ao aborto. Produz pesquisas que coincidentemente dão argumentos para todos os ativistas que defendem a liberação do aborto”, explica Derosa.

O pesquisador aponta que, enquanto a Guttmacher estimava cerca de 150 mil abortos na Argentina ao ano, sua pesquisa comprova que, na realidade são no máximo, 20 a 30 mil abortos. Igualmente no Brasil, o Instituto afirma 850 mil a 1mi de abortos ao ano, quando na realidade, não passam de 150 mil.  “É o mesmo método usado para muitos países onde é crime e isto está manipulando todo o panorama global”, enfatiza.

Uma das considerações finais da pesquisa é que todos que se ocupam do tema seja a favor ou contra o aborto, deveriam, como rede, levantar bandeira prol de dados confiáveis e informações precisas no que se refere a saúde pública. “Enquanto o Guttmacher Institute e muitas universidades recebem anualmente bolsas de grandes fundações para produzir dados em favor da agenda abortista, pesquisadores com ponto de vista oposto, pró-vida, dificilmente recém o mesmo tratamento dos veículos de comunicação.

Derosa e Endel

Derosa e Endel

A vida em primeiro lugar

Segundo Derosa o que os dados revelam é que a legalização do aborto não é solução. “É óbvio que liberar o aborto vai aumentar sua incidência e causar uma serie de problemas para a sociedade. “A questão fundamental a se colocar em debate é “como os juízes tomarão decisões em base a estudos científicos, parâmetros médicos, bioéticos que não tem solidez. Isto é preocupante”.

A perversidade do aborto, segundo o autor está no fato de que sempre que a sociedade escolheu uma característica para desproteger a vida de um grupo social, aconteceram atrocidades, foi assim na escravidão, no nazismo.

Endel

Endel

Já o doutorando em bioética na universidade Santa Cruz, em Roma, Endel Alves acrescenta que vivemos numa sociedade, cuja inversão de valores faz os animais irracionais terem as preferências no cuidado em detrimento da pessoa humana.  “Se faz necessário, então, dialogar com a cultura para que além de mostrar as verificações, propor o caminho de cultura da vida”.

Eis a íntegra das entrevistas:

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