Cabo Verde, e de modo particular a Diocese de Santiago, se prepara para celebrar os seus 500 anos de evangelização, a ter lugar em 2033. Já foi criada uma Comissão de preparação da comemoração desta relevante efeméride. O objectivo é pôr em relevo o grande contributo dado pela Igreja à sociedade cabo-verdiana ao longo da sua história – diz o Cardeal D. Arlindo Furtado.
Dulce Araújo – Cidade do Vaticano
Segundo informações da Rádio Nova, Emissora cristã de Cabo Verde, foi criada no passado mês de Fevereiro, durante o periodo de actualização teológica dos Padres da Diocese de Santiago, uma comissão diocesana orientada pelo Padre João Augusto Martins, Vigário Geral e Presidente do Conselho Pastoral da Diocese que já desenha conjuntamente com uma equipa mista da Paróquia de Nossa Senhora da Graça, um pré-programa para os próximos dez anos, garante o Bispo de Santiago de Cabo Verde e Cardeal D. Arlindo Furtado.
A responsabilidade histórica de Cabo Verde deve ser assumida por todos no presente e no porvir. É muito relevante que todos assumam o próprio papel, de modo que toda a Igreja seja missionária, almeja Dom Arlindo.
As origens históricas de Cabo Verde se situam em l460, data em que dois navegadores, Diogo Gomes e António de Noli, às ordens do Infante D. Henrique de Portugal, teriam encontrado as ilhas de Sotavento.
A responsabilidade da evangelização das ilhas coube, desde o descobrimento, à Ordem de Cristo.
Pouco se sabe acerca da evangelização quatrocentista das ilhas. Em l480 já se fala de erecção do segundo templo paroquial das ilhas, dedicado a S. Filipe, na ilha do Fogo.
Por volta de l495 é construída a Igreja de Nossa Senhora do Rosário uma das mais antigas da ilha de Santiago (foto).
Em l508 estava já construída na Ribeira Grande, ilha de Santiago, a igreja do Espírito Santo, e em l526 dava-se início à construção da capela-mor da Igreja de Nossa Senhora, na vila de Praia de Santa Maria.
Em l5l4 e l5l6 aparecem já as primeiras normas relativas ao Baptismo dos escravos a bordo de navios negreiros de passagem por Santiago.
Em 3l de Janeiro de l533 pela Bula “Pro Excelenti”, o Papa Clemente VII criava a Diocese de Santiago de Cabo Verde com sede na igreja paroquial da Ribeira Grande, ilha de Santiago. Ficaria sufragânea da Diocese do Funchal, erecta na mesma data, e, pelo mesmo documento, erecta em metrópole Eclesiástica.