Características da leitura fiel da Bíblia – 4ª parte

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Há duas listas de livros inspirados: a lista judaica, que compreende o que nós chamamos o AT, e a lista cristã, que compreende os livros do AT e NT. Aceitar a lista completa é aceitar a unidade dos dois Testamentos e admitir que uma e mesma economia divina une os dois Testamentos num único projeto de salvação e libertação, projeto que só se revela plenamente na medida em que o Antigo passa a ser Novo.

Esta passagem do Antigo para o Novo começou no momento da Ressurreição de Jesus e ainda não terminou. A cada momento novos povos, novas pessoas e novos setores da nossa vida pessoal e comunitária vão entrando no “Caminho”. Esta passagem, páscoa, envolve tudo e todos, pois tudo foi criado por Deus para Cristo. Assim, cada pessoa, cada grupo, cada comunidade, povo ou nação tem o seu AT, tem a sua história de salvação e deve fazer a sua passagem do AT para o NT, isto é, deve aprofundar a sua vida até descobrir lá na raiz, a presença amiga e gratuita de Deus, empurrando tudo para a plena vida em Cristo.

A Bíblia com seus dois Testamentos é norma, é cânon, dado por Deus, para ajudar-nos no discernimento e na realização desta nossa ‘Páscoa’ de salvação e libertação. ‘Renovar’ é fazer com que o Antigo se torne Novo.

Quando nos reunimos em torno da Palavra de Deus, formamos um pequeno santuário ou sacrário, tão santo quanto o sacrário que conserva o Corpo de Cristo. Os inúmeros pequenos santuários que, assim, se espalham pelo mundo, sobretudo entre os pobres, são as pontas finas e frágeis da raiz que dão força e vigor à árvore da Igreja. Estes pequenos santuários em torno da Palavra de Deus são o lugar, onde a Igreja nasce como a água da sua fonte. Na Igreja há o Livro e o Cálice (João XXIII), a Palavra de Deus e o Corpo de Cristo.

(4ª Parte do Artigo de Dom Félix sobre a Leitura Fiel da Bíblia)

Fonte

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