No sábado, 24 de maio, foi realizada uma das primeiras beatificações do pontificado do Papa Leão XIV. A liturgia, celebrada em Ostrów Tumski, em Poznań, “confirma ainda mais que a Polônia é uma terra de santos e beatos”, disse o Card. Marcello Semeraro, que presidiu a Santa Missa para a beatificação do mártir.
Pe. Marek Weresa – Vatican News
“Agora que Stanisław Streich é bem-aventurado, a Igreja sabe que tem nele um amigo de Deus, a quem pode confiar suas ansiedades e preocupações, seus desejos e necessidades. […] Peçamos juntos a ele que fale ao coração de Deus do nosso desejo de paz para o mundo inteiro e às portas da nossa Europa”, sublinhou o Prefeito do Dicastério das Causas dos Santos, card. Marcello Semeraro, durante a Santa Missa celebrada em frente à Catedral de Poznań para a beatificação de um “sacerdote e mártir da fé, apóstolo da fraternidade, benfeitor do seu povo”.
Seguindo o exemplo do Bom Pastor
Card. Semeraro destacou em sua homilia que o Senhor Jesus, o Bom Pastor, foi o modelo do ministério sacerdotal e pastoral do Pe. Streich. “Ele era um homem que amava a vida, vivia-a com simplicidade e dignidade e, acima de tudo, gastava-a com um coração alegre em favor das comunidades que lhe eram confiadas. Essa disposição e resolução de espírito encontraram sua plena realização no autossacrifício”, observou.
O cardeal enfatizou que o sacrifício da vida do Beato Pe. Streich foi um chamado para experimentar relacionamentos recíprocos, aceitando o outro com suas necessidades e dificuldades, mesmo na situação em que isso implica a “dificuldade da caridade”. “Sempre que acolhemos uns aos outros, deixamos de lado a desconfiança e o medo, e estamos dispostos a pagar pessoalmente pelo bem dos outros, nos tornamos ‘bons pastores’, como Jesus Cristo foi o bom pastor de nossas vidas e como nosso novo Beato Dele se tornou uma imagem fiel”, enfatizou.
Mártir do comunismo
O Beato Pe. Stanisław Streich, pároco de São João Bosco em Luboń, perto de Poznań, foi fuzilado por Wawrzyniec Nowak durante a celebração da Santa Missa em 27 de fevereiro de 1938. A imprensa relatou que, no momento do assassinato, o homem gritou: “Viva o comunismo! Eu fiz isso por vocês! Saiam da igreja!”. O assassino era um membro da milícia reunida no Departamento Militar do Partido Comunista da Polônia. Ele considerava a Igreja Católica uma inimiga do progresso e da revolução.
Os testemunhos preservados mostram que o Pe. Streich era um homem humilde que fazia o máximo para ajudar os necessitados. Ele se preocupava com o próximo, mas o fazia com muita discrição. Ele buscava zelosamente aqueles que estavam distante de Deus, era um ativista social e ajudou a estabelecer muitas associações religiosas na paróquia. Apoiava os pobres e desempregados, organizava catequese para crianças e ajudava famílias.