Diante dos desafios enfrentados em Mianmar, o arcebispo de Yangon convida para “não amaldiçoar as trevas, mas acender uma luz de esperança nos corações, na família, no país, porque a luz de Cristo vence todas as trevas”.
Isabella Piro – Vatican News
“Cristo é a vacina para todas as nossas dores, ele é o eterno curador. Sua vinda cura todas as nossas feridas. Mas isso requer a conversão do coração”. Em síntese, este o cerne da homilia do cardeal Charles Maung Bo, arcebispo de Yangon em Mianmar e presidente da Federação das Conferências Episcopais da Ásia (FABC), pronunciada na Missa de Natal.
“2020 é o ano“ C ”, onde o “C”está para Covid – disse o cardeal. Este vírus invisível mexeu com nossa vida física, social, espiritual e psicológica”. Mas “nem tudo está perdido – acrescentou – porque Cristo é a luz mais brilhante de todas as trevas”.
E não só: com a pandemia “aprendemos uma maior consciência de que a vida é uma dádiva, cada dia, cada minuto, cada respiração é uma dádiva, cada prato de comida é uma dádiva, especialmente para os pobres, cada pequeno aperto de mão, cada encontro é uma dádiva”. E mesmo se “esta pandemia nos obrigou a um distanciamento social, ela uniu nossos corações”.
Olhando, então, para a campanha de vacinação anti-Covid, já iniciada em alguns países do mundo, o presidente da FABC diz que está “animado com esta notícia que mostra que Deus nunca desistiu do homem”. “Continuamos a rezar por aqueles que ainda lutam contra o vírus e por todos os profissionais de saúde que são uma luz no mundo”, disse o cardeal.
O arcebispo lançou um novo apelo pela paz: Mianmar deve enfrentar muitos desafios, além do sanitário, como guerras, pobreza, tráfico de pessoas, são “formas de pandemia” que atingem a população. Mas Jesus é “o Príncipe da paz” e esta é “a mensagem fundamental do Natal”. “A única guerra que temos de travar em Mianmar – acrescentou o cardeal de Yangon – é por uma vida próspera e pacífica para todos. Que este Natal seja o início da reconciliação entre todos os grupos, raças e religiões do país”.
Neste sentido, o convite do purpurado para fazer “brotar nos nossos corações a esperança”, a “paz e a redenção” representada por Cristo, cuja encarnação indica o “sim decisivo de Deus à humanidade”. Com efeito, ele “nos encontra quando pensamos que tudo está perdido, ele nos cura, nos conforta, nos reconstrói como seu povo”.
O convite do Cardeal Bo, portanto, era para “não amaldiçoar as trevas, mas acender uma luz de esperança nos corações, na família, no país, porque a luz de Cristo vence todas as trevas”.
Vatican News Service – IP