Cardeal Tempesta: 58º Dia Mundial da Paz 2025

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Este é o 58º Dia Mundial da Paz e o tema da mensagem deste ano é: “Perdoa-nos as nossas ofensas, concede-nos a tua paz” ou em outra tradução: “Perdoai-nos as nossas ofensas: dai-nos a vossa Paz”, as mensagens para esse dia sempre têm como motivação animar todos os povos e encorajá-los para se unirem na construção de um mundo melhor para todos.

Cardeal Orani João Tempesta, O. Cist. – Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

Todos os anos é publicado em primeiro de janeiro a mensagem do Santo Padre o Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz. No primeiro dia do ano, além de ser para nós católicos o dia de Santa Maria Mãe de Deus, o mundo inteiro celebra o Dia da Confraternização Universal ou Dia Mundial da Paz. Na mensagem, o Papa Francisco pede que todos busquem a paz, pois somente ela é capaz de unir a todos os povos.

Além da mensagem, que é publicada nesse dia 1º de janeiro, o Papa Francisco profere diretamente de Roma a benção “Urbi et Orbi”, ou seja, a cidade de Roma e ao mundo. Essa benção que o sucessor de Pedro profere em Roma é a benção da paz que vem do Senhor, conforme o que ouvimos na liturgia da Palavra desse dia: “Que Deus nos dê a sua graça e a sua benção” (Sl 66/67). Independente de raça ou religião, a benção que o Papa profere nesse dia é para todos os povos do mundo e todos devem acolher a benção e a mensagem proferida pelo Papa Francisco.

Este é o 58º Dia Mundial da Paz e o tema da mensagem deste ano é: “Perdoa-nos as nossas ofensas, concede-nos a tua paz” ou em outra tradução: “Perdoai-nos as nossas ofensas: dai-nos a vossa Paz”, as mensagens para esse dia sempre têm como motivação animar todos os povos e encorajá-los para se unirem na construção de um mundo melhor para todos. A mensagem sempre tem cunho humanitário e independe de religião, tornando-a universal. Todos os povos são chamados a edificarem um mundo melhor e se unirem por construir a paz.

O desejo de Deus é que todos os povos fossem um, por isso rezamos “Pai-Nosso”, no plural. É obrigação de todos os povos se unirem na construção da paz. O desejo de Deus é que os povos do mundo inteiro se unissem e promovessem a paz e não as guerras.

Todas as mensagens já publicadas têm como tema central a paz, mas em especial a desde ano devido ao momento atual que o mundo atravessa com duas grandes guerras, que inclusive o Papa Francisco mencionou na benção “Urbi et orbi” do Natal. Quando o Papa Francisco usa o tema “Perdoai-nos as nossas ofensas”, ele pede que Deus perdoe as ofensas de toda a humanidade que infelizmente é incapaz de dialogar e promover a paz, e ao invés disso preferem as armas.

O Papa Francisco faz uma súplica ao Senhor, que perdoe as ofensas de todos nós quando, infelizmente, não conseguimos construir a paz em nossa lar, em nosso ambiente de trabalho, na escola, enfim, em nosso convívio social. O caminho para a edificação da paz deve começar, em primeiro lugar, de cada um de nós, a partir disso é possível pedir ao Senhor a paz para todo o mundo, pois se não conseguirmos manter a paz no ambiente em que vivemos, não podemos pedir ao Senhor a paz para restante do mundo.

Por isso, em primeiro lugar devemos pedir o perdão ao Senhor por todas as vezes que não conseguimos manter a paz e depois pedir ao Senhor a paz tão necessária. Infelizmente, através das guerras, muitos inocentes acabam morrendo, pessoas que não têm nada a ver com as guerras, sobretudo as crianças, enfermos e idosos, conforme afirmou o papa na benção de Natal. As guerras acontecem por causa da dureza do coração do ser humano e pela ganância do ter e do poder. O coração humano se afasta de Deus e não há espaço para amar ao próximo, mas somente para guerras e para o ódio.

Neste ano de 2025 a Igreja vive o Jubileu da Esperança: que essa esperança invada o coração de todos para que a situação das guerras melhore e tenhamos a paz. Peçamos ao Senhor o fim de todas as guerras e que as novas gerações que estão nascendo agora tenham no coração o desejo da paz e de um mundo melhor. Os conceitos esperança e perdão são o coração de todo o jubileu. Pois, ao longo de todo o jubileu poderemos obter de Deus o perdão para os nossos pecados, e cada fiel é convidado a esperar com todo amor nesse Deus misericordioso.

Deus chama a cada um para confiar em sua misericórdia, Deus não condena ninguém, não olha a quantidade de nossos pecados, mas sempre está pronto para nos dar o seu perdão. Tenhamos a esperança na reconciliação e no amor de Deus por nós, tendo esperança na misericórdia do Senhor é possível se abrir ao perdão do próximo e amá-lo com toda confiança. Cabe a cada pessoa pacificar, conversar, dialogar, e não guerrear e disseminar o ódio.

É missão de todos os governos e autoridades das nações promoverem condições de vida digna para a população, desde saneamento básico, saúde, educação e moradia, mas também é missão das autoridades promoverem a paz e não as guerras. E ainda, cuidarem da segurança pública das cidades, municípios e país, pois conforme já sabemos, temos algumas guerras em curso no mundo, mas infelizmente vivemos uma guerra civil em muitos estados e cidades do Brasil, por causa da violência urbana.

Rezemos pela paz mundial e pela paz em nosso país, cidade e estado. Rezemos antes de tudo pela conversão daqueles que só tem o desejo de ódio e violência no coração, para que se convertam e optem pelo caminho da paz e justiça. Unamo-nos ao Papa Francisco nesse dia e rezemos junto com o tema dessa mensagem: “Perdoai-nos as nossas ofensas: dai-nos a vossa Paz” (“Perdoa-nos as nossas ofensas, concede-nos a tua paz”).

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