Em encontro realizado pela Caritas da África do Sul, o cardeal Napier destacou um aspecto positivo da emergência sanitária: o crescimento espiritual de muitas pessoas que experimentaram uma reaproximação com Deus, apesar da impossibilidade de participar fisicamente nas celebrações eucarísticas.
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Os progressos alcançados na resposta à pandemia da Covid-19 estiveram no centro da terceira Assembleia da Caritas África do Sul, realizada nestes dias na presença dos coordenadores das vinte e duas dioceses do país. O encontro foi realizado on-line, na forma de um webinar, contemporaneamente à apresentação do Relatório Anual da Caritas Internationalis.
O sofrimento dos pobres, a violência contra mulheres e crianças, o aumento das atividades criminosas no país, foram apresentados pelo cardeal Wilfrid Napier, presidente da Caritas África do Sul, como alguns dos desafios mais importantes a serem enfrentados.
Do cardeal – lê-se no site da Conferência Episcopal da África do Sul (Sacbc) – também a exortação aos coordenadores da Caritas para serem “como os discípulos de Jesus, isto é, não se calarem diante dos problemas, mas serem fortes ao enfrentar os sofrimentos dos mais necessitados”, oferecendo prontamente a eles “sinais concretos da proximidade da Igreja” e comprometendo “todos os recursos materiais e as respostas pessoais possíveis para aliviar os sofrimentos daqueles que se encontram em dificuldades”.
“Depois do Covid-19 – disse o cardeal Napier – o mundo será diferente. Por isso, também é preciso projetar planos futuros para resolver os problemas que surgirão na pós-pandemia”.
O cardeal também aplaudiu o que a Caritas África do Sul fez e está fazendo de maneira eficaz nestes tempos de emergência sanitária, especialmente em relação a migrantes e refugiados, que ficaram sem apoio do governo na fase mais grave da crise.
“Estávamos lá, quando ninguém queria estar”, disse o presidente do órgão. Ao mesmo tempo, o cardeal Napier exortou à conscientização pública sobre o coronavírus, bem como à solidariedade, que é mais necessária do que nunca em tempos de pandemia.
“É preciso incentivar a cultura do cuidado”, reiterou o cardeal que, por fim, destacou um aspecto positivo da emergência sanitária: o crescimento espiritual de muitas pessoas que experimentaram uma reaproximação com Deus, apesar da impossibilidade de participar fisicamente nas celebrações eucarísticas.
Também participaram virtualmente da Assembleia da Caritas sul-africana Aloysius John, secretário geral da Caritas Internationalis, que insistiu na importância de desenvolver atividades de caridade nas paróquias e promover a dignidade das pessoas, em espírito de solidariedade. “Mostrem ao mundo que ninguém deve se exluído”, disse John.
Por sua parte, Albert Mashika, secretário-geral da Caritas África, elogiou os representantes eclesiais sul-africanos pela colaboração realizada tanto com o governo como com as outras Igrejas e organizações caritativas locais. Central, por sua vez, também o chamado ao trabalho dos voluntários e de sua ajuda.
Por fim, William Kelly, coordenador da Caritas Imbisa (Assembleia Inter-Regional dos Bispos da África Austral), destacou que é necessário trabalhar em conjunto e apoiar-se mutuamente, porque é chegado o momento de “reconstruir e restaurar”. A Assembleia foi concluída com a oração e a bênção do cardeal Napier.
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