Caso Rupnik, Diocese de Roma: apoio total aos feridos e à verdade

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Divulgada na noite de sexta-feira, a declaração do Cardeal Vigário Geral sobre o caso do conhecido jesuíta acusado de abusos. Garantida “toda a colaboração necessária” à Companhia de Jesus e aos Superiores e anuncia possíveis medidas relativas às posições de Rupnik na Igreja de Roma e no Centro Aletti.

Vatican News

O cardeal Angelo De Donatis, vigário da diocese de Roma, interveio no caso “já célebre” do padre jesuíta Marko Ivan Rupnik, acusado de abuso psicológico e sexual por algumas religiosas consagradas na Eslovênia e na Itália. Em uma declaração divulgada nesta sexta-feira, salientando que é “apropriado” pronunciar-se sobre o caso, o cardeal reitera a “preocupação e consternação” dessas horas, assegura “todo o apoio necessário para a desejável solução positiva do caso” e a proximidade a todos aqueles que sofreram. Ao mesmo tempo, a declaração diz: “nós ministros de Cristo não podemos ser menos garantes e caridosos do que um Estado laico, transformando de plano uma queixa em crime”. Também anunciou uma reflexão e possíveis medidas sobre as posições de Rupnik na diocese de Roma e no Centro Aletti, uma atividade que ele fundou no início dos anos 90 e desenvolveu sob a Companhia de Jesus.

A relação com a Diocese de Roma

“O atual pronunciamento do Vicariato de Roma deve ser entendido como respeitando as competências e decisões dos legítimos superiores do padre Rupnik, assim como as determinações de todas as Instituições que trataram de seu caso, especialmente nos últimos meses, e em particular o Dicastério para a Doutrina da Fé”, lê-se na declaração. Onde é enfatizado que o jesuíta, um artista conhecido, “teve até agora uma relação de natureza pastoral em vários níveis com a Diocese de Roma, mas não está em posição de submissão hierárquica ao cardeal vigário em nível disciplinar e eventualmente penal”. Na Igreja de Roma, Rupnik havia prestado “numerosos e valiosos serviços de natureza ministerial”, em particular seu trabalho como pregador de retiros e exercícios para o clero romano e sua atividade artística, o que entre outras coisas também o levou a decorar a Capela do Seminário Maior Romano.

“Toda a diocese, diante desta comunicação desconcertante, especialmente na mídia, que desorienta o Povo de Deus, está vivendo estas horas com preocupação e consternação, consciente da extrema delicadeza da situação”, continua a declaração. E reitera que o assunto “foi amplamente tratado em espaços judiciais que estão completamente fora da competência do cardeal vigário, e agora está sendo tratado de forma autônoma pelos legítimos superiores do padre Rupnik”. Isto foi comunicado em 16 de dezembro num protocolo (Prot. DIR-SOLI 22/006), assinado pelo padre Johan Verschueren, delegado do padre geral e superior maior das Casas internacionais.

Apoio necessário para a solução do caso

A diocese de Roma assegura que “não estava ciente até recentemente das questões levantadas” e que, portanto, “não pode ingressar no mérito das determinações feitas por outros”, mas assegura “todo o apoio necessário para a desejável solução positiva do caso, que cure as feridas infligidas às pessoas e ao corpo eclesial, levando, na medida do possível, à plena luz e verdade sobre o que aconteceu: aquela verdade que só nos liberta”.

“É dever da Igreja”, lê-se, “aplicar os critérios da verdade, que são os de Deus, com os quais Ele olha para nós e nos julga. Ela tem dois mandatos inalienáveis que são ao mesmo tempo também deveres: estar perto daqueles que sofrem e implementar os critérios de verdade e justiça derivados do Evangelho. No caso que a está abalando, é bom prosseguir por um certo caminho: nós ministros de Cristo não podemos ser menos garantes e caridosos do que um Estado laico, transformando de plano uma queixa em crime. Os julgamentos que vemos sendo difundidos por muitos com particular veemência, não parecem manifestar nem um critério evangélico de busca da verdade, nem um critério básico sobre o qual se funda toda norma de direito, a verbis legis non est recedendum“.

Acolher o sofrimento das pessoas envolvidas

A tarefa que a Igreja de Roma “neste momento considera primária e fundamental” é a de “acolher com profundo respeito a dor e o sofrimento de todos os envolvidos neste caso”. A Diocese garante, portanto, “toda a colaboração necessária” à Companhia de Jesus e às Instituições Superiores para a implementação do documento de 16 de dezembro acima mencionado “dentro dos termos da lei canônica”. Isto”, explica-se, “provavelmente envolverá também, entre outras coisas, uma série de medidas com respeito aos ofícios canônicos diocesanos – os únicos diretamente sujeitos à autoridade do cardeal vigário – com os quais o padre Rupnik ainda está investido, em particular o de Reitor da Igreja de São Filipe Neri no Esquilino e de membro da Comissão Diocesana para a Arte Sacra e o Patrimônio Cultural”.

Possíveis medidas

Da mesma forma, se refletirá e serão tomadas “eventuais medidas com respeito a uma atividade que já vem sendo desenvolvida há muitos anos pelo padre Rupnik e seus colaboradores no nosso âmbito diocesano: trata-se do conhecido Centro Aletti, lançado no início dos anos 90, depois se desenvolveu e cresceu sob a autoridade da Companhia de Jesus e finalmente se tornou, em 5 de junho de 2019, a Associação Pública dos Fiéis da Diocese de Roma, da qual a dra. Maria Campatelli é atualmente a diretora”.

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