Castel Gandolfo: um povoado em festa para saudar o Papa, inclusive com brasileiros

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Uma multidão numerosa e diversificada recebeu Leão XIV em seu primeiro compromisso público no município de Castel Gandolfo, na região do Lácio, durante a missa deste domingo (13/07) na paróquia pontifícia de São Tomás de Villanova. Milhares de pessoas se aglomeraram ao longo da rua principal – que liga Villa Barberini ao Palácio Apostólico – ou se concentraram na Praça da Liberdade: “o Papa é como um vizinho para nós”, “é bonito ver a Igreja reunida neste pequeno espaço”.

Isabella H. de Carvalho — Castel Gandolfo

Gritos de felicidade, coros e aplausos na principal rua de Castel Gandolfo, município da região do Lácio que acolhe o Papa durante este período de repouso, ao passar o automóvel com ele. Leão XIV se imerge nesta rua estreita, larga o suficiente para permitir a passagem do veículo entre duas fileiras de fiéis posicionados atrás das barreiras, que liga a residência papal de Villa Barberini à Praça da Liberdade. Lá, o Pontífice celebrou a missa de domingo (13/07) na paróquia de São Tomás de Villanova e, ao meio-dia, presidiu o Angelus. Foi o primeiro compromisso público do Papa Leão desde sua chegada, em 6 de julho, a Castel Gandolfo, e foi imortalizado por celulares, apontados de todos os ângulos, incluindo das sacadas e janelas dos palácios coloridos.

O Papa estendeu as mãos, tentando abraçar e saudar todos os presentes. As barreiras para conter as milhares de pessoas que saíram às ruas para ver o ilustre hóspede estavam a pouco mais de um metro das entradas das casas e lojas, e os moradores e comerciantes da cidade foram os primeiros a aplaudir, aparecendo nas lojas, enquanto turistas e peregrinos com chapéus do Jubileu corriam pela rua para tentar acompanhar cada passo do Pontífice, a bordo do novo veículo elétrico sem capota que lhe foi presenteado no recente 3 de julho.

O Brasil se faz presente

Entre eles, o sacerdote brasileiro Richard Strazza da Silva, da diocese de São João da Boa Vista, na Serra da Mantiqueira em São Paulo, que veio com outros dois padres para a Itália viver o Jubileu da Esperança: “viemos passar pelas Portas Santas e, ao mesmo tempo, conhecer o novo Papa. Por isso, este dia aqui em Castelo Gandolfo é especial e inédito ao mesmo tempo”. O Pe. Richard disse ao Vatican News que foi uma surpresa saber do período de férias do Pontífice distante do Vaticano, mas, mesmo os brasileiros estando hospedados em Roma, decidiram acompanhar a celebração distante da capital:

“Felizmente não conhecíamos ainda Castel Gandolfo, um local muito bonito mas, acima de tudo, viemos para conhecê-lo e se possível poder participar da missa. A expectativa, portanto, de estar aqui é de uma felicidade imensa. Primeiramente porque eu mesmo, há alguns anos atrás, de 2011 a 13, eu também morei aqui em Roma e pude contemplar a eleição do Papa Francisco estando lá na Praça e, agora do Papa Leão, só estando no Brasil mesmo. Então, a oportunidade de estar aqui, de estar vendo esta beleza toda da natureza e, ao mesmo tempo, da catolicidade da Igreja reunida aqui neste pequeno espaço, puxa, é uma felicidade, imensa mesmo!”



O sacerdote brasileiro, Pe. Richard Strazza da Silva, da diocese de São João da Boa Vista, em São Paulo

Humanidade diversificada

Dos alto-falantes espalhados pela rua ressoavam as vozes do coro entoando o canto de entrada da missa e, de vez em quando, o automóvel que diminuia de velocidade, enquanto o Papa se inclinava para abençoar algumas crianças e cumprimentar os mais próximos. Dava para se ouvir frases em inglês, português, italiano e outras línguas mais. Crianças dos oratórios, escoteiros, padres, freiras, grupos de motociclistas, pessoas com cachorro nos braços ou dentro de bolsas, e americanos agitando bandeiras do país de origem do Pontífice lotaram a principal rua local, o Corso della Repubblica, e a Praça da Liberdade.

O encontro do Papa com os pequenos em Castel Gandolfo

O encontro do Papa com os pequenos em Castel Gandolfo   (@Vatican Media)

A emoção era latente tanto para quem estava de passagem pelo município quanto para quem mora lá há gerações. “O Papa é como um vizinho para nós”, disse Assunta Ferrini, cuja família é proprietária do restaurante Sor Capanna, que desde 1948 fica a poucos passos da paróquia pontifícia. “É uma grande emoção porque ele passou bem no meio das pessoas, ficou muito perto”, ressaltou uma outra senhora à mídia vaticana, compartilhando as impressões com os outros residentes.

“Espero que Leão XIV venha nos visitar”

“Lindo!”, exclamou Pierluigi Fortini, também proprietário de um restaurante, o La Scarpetta. “É bom ver tanta gente que estava aqui desde as primeiras horas da manhã”, explicou. Ele abriu o restaurante em 1º de março e não imaginava que, poucos meses depois, o Pontífice passaria por lá. Na noite de sábado (12/07), ele fechou tarde para retirar todas as mesas e cadeiras que normalmente cobrem a rua principal, mas “apesar do cansaço, é uma grande emoção ver o Papa aqui, que ficará para sempre na memória de todos”, comentou Pierluigi. “Espero que Leão XIV aprecie Castel Gandolfo e venha nos visitar com mais assiduidade”, acrescentou ele, convidando o Papa para se sentar à mesa do seu restaurante.

Moradores, turistas e peregrinos ficaram muito próximos do Papa Leão XIV

Moradores, turistas e peregrinos ficaram muito próximos do Papa Leão XIV   (@Vatican Media)

Carmela Umana, 74 anos, mora no município há 40 anos e faz parte do Movimento dos Focolares, que tem o Centro Mariapoli em Castel Gandolfo. “Com a vinda do Papa, eu não podia ficar fechada no centro, queria estar aqui para recebê-lo, cumprimentá-lo e agradecer por este ‘sim’ que ele disse para guiar a Igreja”. “Sabendo que ele precisa de nossas orações e do nosso apoio”, acrescentou Carmela, “estou feliz por estar aqui. Ele é como o primeiro morador, se o prefeito é relevante, o Papa é ainda mais, porque é a expressão de toda a humanidade”.

Para Megan e Paul Llanos, um casal americano de Nova York que se casou em maio e agora está na Itália em lua de mel, ver o Papa de perto em Castel Gandolfo foi como uma bênção para a união. “É mágico, não consigo acreditar”, afirmou Megan. Ela nasceu em Chicago e, por isso, sente uma ligação ainda mais especial com o Pontífice americano. 

O Papa Leão XIV sentiu de perto como é amado em todo lugar por onde passa

O Papa Leão XIV sentiu de perto como é amado em todo lugar por onde passa   (@Vatican Media)



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