Cerca de quinze membros das diferentes confissões religiosas da América Latina e Caribe reunidas no encontro de ‘Religiões pela Paz’ tomaram a palavra para expressar sua proximidade aos muçulmanos da região, mas também fazer conhecer as dificuldades e desafios apresentados pela atual pandemia para a saúde e as economias nacionais.
Cidade do Vaticano
“Continuar remando juntos com suas próprias espiritualidades.” Este foi o convite do secretário-geral do Conselho Episcopal Latino-americano (Celam), dom Juan Carlos Cárdenas Toro, na reunião virtual convocada pela organização ecumênica ‘Religiões pela Paz’, a fim de expressar afeto e proximidade à comunidade muçulmana pelo fim do mês do Ramadã e da festa do Eid al-Fitr ou ruptura do jejum.
Em seu discurso, o prelado enfatizou que a experiência de jejum e confinamento vivida como um tempo de graça na intimidade da família, permite uma vivência mais conectada com a dor que atormenta a todos, especialmente diante dessa pandemia da Covid 19.
Cerca de quinze membros das diferentes confissões religiosas da América Latina e Caribe reunidas no encontro de ‘Religiões pela Paz’ tomaram a palavra para expressar sua proximidade aos muçulmanos da região, mas também fazer conhecer as dificuldades e desafios apresentados pela atual pandemia para a saúde e as economias nacionais.
A abertura da reunião, informa uma nota do Celam, ficou a cargo do co-presidente de ‘Religiões pela Paz Internacional’ e vice-moderador do Conselho Latino-americano e Caribenho de Líderes Religiosos, Muhammad Yusuf Hallar, que explicou a importância dessa festividade sagrada e agradeceu a presença dos membros da comissão presentes. O líder religioso lembrou que, para os muçulmanos, o mês do Ramadã é um mês de reflexão, tranquilidade e em que se manifesta a compaixão pelo mundo que padece de dores como fome, exílio, morte e guerra. “Este ano”, disse ele, “o maior sofrimento para todos é a expansão do coronavírus”.
Essa preocupação foi compartilhada pelo cardeal Raymundo Damasceno Assis, moderador do Conselho Latino-americano e Caribenho de Líderes Religiosos, que expressou sua felicidade em viver esse encontro, apesar da dor que se vive no mundo inteiro pelos efeitos da Covid-19. O cardeal brasileiro estendeu sua solidariedade e conforto àqueles que perderam algum membro da família nos últimos meses, como atualmente acontece em muitas famílias brasileiras.
Também a secretária-geral internacional de Religiões pela Paz, Azza Karam, expressou sua gratidão pela possibilidade de compartilhar esse momento sagrado para a comunidade muçulmana e reiterou seu apoio para que a voz de todas as confissões seja ouvida neste momento em que no mundo são necessárias a solidariedade e a união daqueles que lideram suas comunidades de fé.
Nesse sentido, Religiões pela Paz, em seu objetivo de promover a cooperação em favor da paz entre as religiões do mundo, criou, no final de abril, um fundo humanitário multirreligioso para responder à Covi-19. Este fundo foi dedicado ao financiamento de projetos inter-religiosos focados no atendimento das necessidades humanitárias causadas pela pandemia.
O mês do Ramadã dedicado ao jejum, oração e solidariedade começou este ano, em 24 de abril e se conclui neste sábado, 23 de maio, à tarde, com a Festa do Eid al-Fitr, em que a comunidade muçulmana em conjunto realiza diferentes orações e celebra o desjejum que marca o fim do jejum do mês mais relevante para o mundo islâmico. Certamente, essa ocasião, será marcada pelas medidas tomadas em todo o mundo para conter a pandemia de coronavírus.