José Firmino, cabo-verdiano, ativo em várias frentes, inclusive na Rádio Comunitária, na ilha de São Nicolau, lançou-se agora, como autodidata, também ao campo do cinema. O seu primeiro filme, “Caminho distante”, uma história ficionada de emigração, está a ter sucesso e sente-se encorajado a abraçar outros projetos cinematográficos. Ele considera que o cinema é uma oportunidade para os jovens e para o país. Há potencialidades e se houver investimento e formação, poderão ir mais distante.
Dulce Araújo – Vatican News
“Caminho distante”, a expressão, na mente de qualquer cabo-verdiano, evoca a emigração a que secas e outros fatores obrigaram o povo das ilhas desde longa data. O título é, portanto, já em si um sucesso de público garantido no país e nas diversas comunidades emigradas. E o é ainda mais se a uma história verdadeira, se juntam elementos de ficção que não deixam ninguém indiferente.
Foi o que fez José Firmino no filme “Caminho distante” que está a abarrotar salas por todo o lado onde é exibido e a suscitar debates sobre os temas nele enfrentados, incluindo a família, a cultura, os jovens, a literatura, etc.
O entusiasmo do realizar é grande, tanto mais que o filme foi feito com poucos meios e atores não profissionais. Ele próprio é um autodidata, movido pela paixão por ouvir e contar histórias e pelo desejo de despertar, na pacata ilha de São Nicolau, o interesse pelo cinema como fator de desenvolvimento local e de Cabo Verde, em geral.
Empolgado com esta proeza em que ninguém acreditava quando concorreu com o projeto num concurso lançado pelo Ministério da Cultura, José Firmino quer continuar, pois o cinema não só é um factor de desenvolvimento como também uma forma de envolver os jovens e de lhes dar a conhecer como eram as coisas outrora. Por isso, espera em maior atenção dos governantes ao sector do cinema e na oportunidade para alguma formação, por forma a poderem ir mais distante na 7ª arte.
“Caminho distante”, portanto, para a emigração, mas caminho distante também para chegar às metas ambicionadas pelo José Firmino que já tem outro projeto na manga e prossegue com determinação, coragem e entusiasmo. Bem-haja.