Distanciamento social dentro da biblioteca, do refeitório e de uma grande capela é regra no Colégio Pio Brasileiro, que conta hoje com mais de 50 estudantes, para ajudar a conter a difusão do coronavírus. O reitor, pe. Geraldo Maia, afirmou que “também dedicamos orações aos agentes de saúde, pessoas que estão sofrendo e por aqueles que perderam entes queridos. Que Deus possa ter misericórdia de todo o povo de Deus”.
Andressa Collet – Cidade do Vaticano
O pe. Arnaldo Rodrigues, da Arquidiocese do Rio de Janeiro, já está no Brasil, depois de mais de 6 anos morando em Roma, onde terminou os estudos de mestrado e doutorado. Até uma semana atrás, quando a Itália já vivia a difusão do coronavírus no país com disposições severas para conter a doença, o sacerdote compartilhava uma rotina de restrições no Pontifício Colégio Pio Brasileiro (PCPB), em Roma.
Do Sumaré, do seu período de quarentena voluntária, o pe. Arnaldo lembrou como era a realidade vivida com os outros estudantes do colégio – dedicado à formação permanente de presbíteros diocesanos do Brasil e de outros países, mas que também acolhe religiosos para realizar os estudos de pós-graduação. O distanciamento social era e continua sendo regra geral:
“Nós tínhamos lá, a regra de estar um metro de distância de cada um; para as refeições, foram adaptados refeitórios da lar para somente três pessoas por mesa, de forma que desce também um metro de distância. Os cuidados necessários, como limpeza, álcool gel e lavar as mãos; e não poder sair. O reitor, caso alguém precise de algum medicamento, ele vai uma, duas vezes por semana ao médico de base. E, também, foi montado, vamos dizer assim, um minimercado, na lar, com coisas básicas: pasta de dente, sabonete, coisas simples que necessariamente poderíamos comprar ali ou invés de ir ao mercado. Então, foram montados pequenos Kits para que a gente pudesse ficar em lar.”
Pio Brasileiro dedica orações a quem sofre pela pandemia
O próprio reitor do colégio, pe. Geraldo Maia, comentou sobre essas adaptações dos estudantes e colaboradores às exigências do governo italiano e da própria Igreja para garantir os serviços básicos de alimentação, limpeza e estudos.
“Vários dos nossos sacerdotes viajaram para o Brasil, para suas dioceses, e temos conosco neste momento 54 padres, mais a equipe de direção, as irmãs que aqui residem e os funcionários básicos que, com valentia, continuam a prestar os seus serviços para o bem da comunidade. As nossas missas passaram a ser em três horários, podendo, assim, usando a capela grande, ter um distanciamento entre as pessoas. E rezamos normalmente as santas missas, porque se trata de uma comunidade interna. Os padres recebem da parte dos seus professores e das instituições de ensino as orientações para continuar os seus estudos. Temos uma excelente biblioteca interna que os nossos estudantes continuam a frequentar, tomando todas as precauções possíveis. Também nos preocupamos em relação à alimentação e à disposição dos lugares no refeitório. E os padres têm colaborado muito para não sair de lar e, também, para não receber visitas. Assim, com fé e esperança, temos atravessado esses momentos difíceis. Também dedicamos as nossas orações pelos agentes de saúde, pelas pessoas que estão sofrendo neste momento, por aqueles que perderam entes queridos. Que Deus possa ter misericórdia de todo o povo de Deus diante dessa pandemia que se alastra cada vez mais.”