Colômbia entre pobreza e pandemia: a Igreja na vanguarda

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A fraternidade e a solidariedade são as únicas maneiras para superar as adversidades relacionadas a essa emergência. Por isso, dom Héctor Fabio Henao Gaviria, diretor do Secretariado Nacional da Pastoral Social na Colômbia, não deixa de solicitar um país ainda ferido pela violência e a pobreza.

Gabriella Ceraso/Mariangela Jaguraba – Cidade do Vaticano

As ações pastorais da Igreja Católica na Colômbia, no contexto da atual crise de saúde, foram reunidas num novo espaço na internet pensado pela Secretaria Permanente do Episcopado Colombiano.

Trata-se do site https://iglesiaantecoronavirus.cec.org.co que reúne declarações, ações e comunicados das instituições da Igreja católica no âmbito latino-americano e mundial. Existem muitas iniciativas que marcaram esta Páscoa e continuam servindo os mais necessitados: desde a pastoral para as famílias até a solidariedade aos idosos, pessoas sozinhas, sem trabalho e sem moradia.

Chama-se “Partilha cristã dos bens” a campanha lançada pela Igreja colombiana que, este ano, a sua 39ª edição é dedicada à emergência de coronavírus.

O diretor do Secretariado Nacional da Pastoral Social na Colômbia, dom Héctor Fabio Henao Gaviria, pediu a todo o país para que não se deixe vencer pela indiferença em momentos difíceis como o que estamos vivendo:

Dom Héctor: A Igreja colombiana fez, digamos, um apelo, convidando todo o país e toda a sociedade à solidariedade para com aqueles que estão em situação de pobreza e que mais sofrem por causa da pandemia. Decidimos então dividir as dioceses em quatro grupos, com base nas ações mais relevantes a serem realizadas. A primeira, está relacionada à situação alimentar. Sabemos que existem muitas pessoas com fome e que não podem ir trabalhar. Então, um grupo relevante de dioceses tomou a decisão de levar alimento para as famílias necessitadas e busca como Igreja estar presente, próxima às pessoas em situação de pobreza. Uma segunda ação tomada foi para todas as pessoas que vivem na rua. Em muitas cidades, especialmente nas pequenas e médias da Colômbia, elas não têm para onde ir e, portanto, encontram-se numa situação de alto risco de serem infectadas. Assim, as dioceses abriram vários centros para acolher essas pessoas e tentam fazê-lo, garantindo situações de segurança e biossegurança. Depois, também fazemos uma grande campanha para divulgar o impacto da violência familiar, ou seja, fazemos um trabalho de atenção, proximidade psicossocial e presença pastoral nas famílias que sabemos que têm um sofrimento particular.

Quais são as preocupações mais fortes que o senhor tem no coração?

Dom Héctor: A maior preocupação que eu tenho são as pessoas que não têm uma rede social ao redor e se sentem realmente abandonadas e muitas vezes são pessoas idosas com problemas econômicos.

Dom Héctor, é verdade que, apesar da crise, a violência, sobretudo contra os líderes sociais, nunca parou?

Dom Héctor: Sim, há confrontos entre guerrilheiros e narcotraficantes e um grupo relevante de líderes sociais está ameaçado de morte e outros foram assassinados. A situação humanitária ligada ao conflito e à violência continua sendo preocupante para nós. As duas situações se misturam: de um lado, violência, do outro, a pandemia. Este ano é uma Páscoa em que muitas pessoas sofrem, muitos caminham debaixo da cruz, mas precisam achar a ressurreição, achar o Cristo ressuscitado.

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