Como implementar o Ministério de Catequista na Diocese

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O Ministério de Catequista intensifica o compromisso missionário dos leigos. A instituição deste ministério laical específico, desejado pelo Papa Francisco, constitui, após a publicação do Diretório para a Catequese de 2020, mais um passo para a renovação da catequese e seu trabalho efetivo na nova evangelização. E também é uma grande novidade com a qual é fácil ver como o Papa Francisco realiza um desejo de Paulo VI. A referência à Exortação Apostólica Evangelii nuntiandi de 1975 e ao Concílio Vaticano II ecoa em seu discurso. É relevante a referência à Constituição Dogmática Lumen gentium, que afirma: “Os leigos são antes de tudo chamados a tornar a Igreja presente e atuante nos lugares e circunstâncias em que ela não pode se tornar sal da terra a não ser por meio deles”.

O Ministério de Catequista não visa substituir os sacerdotes ou as pessoas consagradas. Mas, como leigos, visa expressar da melhor maneira possível a vocação batismal com acentuação do compromisso missionário, sem cair na clericalização. É um ministério que não se exprime primordialmente no âmbito litúrgico, mas no específico da transmissão da fé através do anúncio e da instrução sistemática.

Requisitos. É óbvio que nem todos os catequistas de hoje terão acesso ao ministério de catequista. Mesmo continuando sendo catequistas, este ministério é reservado a quem preenche certos requisitos, sobretudo o da dimensão vocacional para servir a Igreja, de forma estável, onde o bispo considera mais relevante, onde ele considera necessária a sua presença.

Formação na Diocese. É central o aspecto da formação para o qual o Catecismo da Igreja Católica é uma ferramenta essencial. A diocese deve assegurar que os futuros catequistas tenham uma sólida preparação bíblica, teológica, pastoral e pedagógica para serem comunicadores atentos da verdade da fé, e que já tenham adquirido experiência em catequese. Portanto, a referência ao bispo é fundamental. É desejo do Papa que a instituição do Ministério de Catequista leve à formação de uma comunidade de catequistas que cresça com a comunidade cristã, sem nenhuma tentação de se restringir dentro dos estreitos limites de sua própria realidade eclesial, e livre de qualquer forma de auto referência.

O encontro com o Senhor é prioridade. Não se improvisa como catequista porque o compromisso de transmitir a fé, além do conhecimento do conteúdo, exige o encontro pessoal prioritário com o Senhor: Quem realiza o ministério de catequista sabe que fala em nome da Igreja e transmite a fé da Igreja. Esta responsabilidade não pode ser delegada, mas envolve cada um na primeira pessoa.

O caminho que temos pela frente. A CNBB já definiu os requisitos necessários para alguém ser instituído no ministério de catequista, a saber: ser escolhido pela comunidade eclesial; ter no mínimo 20 anos de idade e 5 anos de atuação na catequese; ter participado da formação básica proposta pela diocese; ter participado da formação específica e imediata para a recepção do Ministério, com duração mínima de seis meses, de acordo com as orientações da CNBB. A Congregação para o Culto Divino, por sua vez, já publicou o Rito litúrgico para a Instituição do Ministério de Catequista pelo bispo. Já o Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, em nome do Papa Francisco, dará todo o seu apoio para que o novo ministério possa se expandir na Igreja, e achar formas de apoio para a formação de catequistas.

Muitos catequistas podem redescobrir sua vocação. É significativo que este Motu proprio tenha se tornado público na memória litúrgica de São João d’Ávila (1499-1569). Este doutor da Igreja soube oferecer aos fiéis a beleza da Palavra de Deus e o ensinamento vivo da Igreja com uma linguagem não só acessível a todos, mas de espiritualidade intensa. Em 1554, produziu o catecismo dividido em quatro partes. É uma ocasião para os catequistas encontrarem inspiração no testemunho deste santo. Que o processo de evangelização continue seu fecundo caminho de inculturação nas diversas realidades locais, e que os milhões de catequistas que dedicam a vida a este ministério, tão antigo e sempre novo, possam redescobrir sua vocação para uma renovação do processo catequético em favor da Igreja e das novas gerações.

Itinerários formativos. É relevante considerar os seguintes aspectos na preparação de catequistas, com vistas à instituição de tal ministério laical: considerar que os catequistas são vocacionados; considerar o ministério como o coroamento de uma caminhada; promover uma formação de inspiração catecumenal; realizar uma formação global e integral; formar sujeitos eclesiais; considerar a diversidade das modalidades formativas; formar para o mundo digital; priorizar a formação bíblica; dar atenção à Doutrina Social da Igreja; incluir a formação sobre as dimensões socioambientais da fé cristã.

Conclusão. O ministério de catequista se opõe a uma clericalização dos leigos e a uma laicização do clero. Nesse sentido, dois outros aspectos essenciais deste ministério são: que ele seja realizado numa espiritualidade comunitária e numa espiritualidade de oração; e que haja uma sólida formação. É relevante esclarecer também que os candidatos ao ministério ordenado, religiosos, religiosas, membros de comunidades de vida, professores e professoras de ensino religioso não devem ser instituídos no Ministério de Catequista.

Imagem: https://www.cnbb.org.br/59a-ag-cnbb-ministerio-do-catequista/

Fonte

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