Casas e uma escola incendiadas, bens saqueados e civis mortos, feridos ou raptados – é o retrato da escalada de violência que continua a assolar os distritos de Memba e Erati, na província de Nampula, norte de Moçambique. Os ataques coordenados por Grupos Armados Não Estatais (GANE) intensificaram-se nos dois distritos desde 10 de novembro.
Olga Massango, FSP, com a agência Fides – Cidade do Vaticano
Especificamente, quatro pessoas morreram na sequência de um alegado ataque terrorista na vila de Mazua. A estação local TV Sucesso, citada pela agência Fides, transmitiu um vídeo alegadamente gravado no local do massacre, apresentando também o testemunho de uma testemunha que referiu motivações religiosas ligadas ao ataque.
A presença de um corpo decapitado numa estrada pública provocou o pânico e a fuga da população para zonas consideradas “seguras” do distrito. As outras três vítimas teriam sido mortas a tiro.
“Estamos no terreno a trabalhar”, disse o Comandante Provincial da Polícia da República de Moçambique. Na semana passada, o Presidente Daniel Chapo declarou que a situação política e militar no país é estável, apesar dos ataques terroristas esporádicos nos distritos do norte da província de Nampula.
Segundo as primeiras informações, 80% da população do Lúrio e Mazula, aproximadamente 128 mil pessoas, fugiram para as matas e florestas vizinhas ou para outros distritos. O receio de novos ataques e a insegurança persistente continuam a provocar novas deslocações, enquanto os rumores da presença de Grupos Armados Não Estatais se espalham pelas zonas afectadas.
O surto de cólera no distrito de Memba e a chegada da época das chuvas e ciclones aumentam os riscos para as comunidades já duramente provadas.

