“Devemos realizar todos os esforços, e devemos fazer isso agora, para garantir que os casos de coronavírus possam ser resolvidos a tempo. De fato, se a epidemia se espalhar, pode realmente se tornar uma hecatombe. Nós, no entanto, estamos firmemente determinados a dar uma esperança para o porvir da África”, afirma padre Dante Carraro, diretor da organização “Médicos com a Africa Cuamm”.
Vatican News
Agir imediatamente, para deter a propagação do coronavírus na África, porque o continente corre o “risco de uma hecatombe”. Esse é o forte apelo lançado pelo padre Dante Carraro, diretor de “Médicos com a Africa Cuamm”, organização com 23 hospitais, em 8 países da região subsaariana do continente.
Em uma entrevista ao Vatican News, o sacerdote define a situação africana como “preocupante”, onde os casos do “Covid-19” registram “um aumento de 20% a cada dia”, não obstante os números absolutos sejam ainda baixos, com “3000-3.500 casos confirmados”. Mas caso forem adotadas medidas com rapidez, isolando as áreas infectadas e protegendo adequadamente o pessoal de saúde, ainda há esperança para a África.
Falta estrutura para diagnóstico
“A África precisaria de uma maior capacidade de diagnóstico, o que falta atualmente – enfatiza padre Carraro. É feito o tampão, mas depois não há um laboratório de biologia molecular capaz de examiná-lo e oferecer um resultado confiável e correto. Além disso, não existe terapia intensiva: faltam respiradores, principalmente nas áreas rurais”.
É preciso então, colocar o foco nos dois “grandes elementos, relativamente fáceis de implementar nos países pobres: o primeiro é conter a epidemia, o que quer dizer isolar os casos positivos, quer a nível territorial como hospitalar”.
Unidades de isolamento e proteção dos profissonais de saúde
Neste último caso – especifica o diretor de “Médicos com a Africa Cuamm” – é necessário criar “unidades de isolamento” onde hospitalizar pacientes positivos para o coronavírus, ou mesmo suspeitos de contágio. Dessa forma, o restante do hospital fica protegido contra possíveis contaminações”.
Outro grande instrumento é “a proteção dos profissionais de saúde com materiais específicos: máscaras, luvas, álcool gel, óculos, aventais descartáveis, cloro para limpar e higienizar a água”. No entanto, é difícil recuperar esse material.
Agir a tempo
“Médicos com a Africa Cuamm” está criando “uma base logística para armazenamento em Dubai”, de onde parte a distribuição que chega aos hospitais nas áreas rurais subsaarianas.
“Existe a esperança de que a pandemia não atinja toda a África, estamos lutando por isso. Mas precisamos da ajuda de todos “, conclui padre Carraro.
“Devemos realizar todos os esforços, e devemos fazer isso agora, para garantir que os casos de coronavírus possam ser resolvidos a tempo. De fato, se a epidemia se espalhar, pode realmente se tornar uma hecatombe. Nós, no entanto, estamos firmemente determinados a dar uma esperança para o porvir da África”.