A Fundação Amazonas Sustentável (FAS), uma organização sem fins lucrativos, está em plena mobilização para conseguir recursos que favoreçam ações de apoio a cerca de 19 mil famílias das comunidades indígenas e ribeirinhas em plena pandemia. Uma das frentes é ampliar o atendimento que já está sendo feito pelas ambulanchas – veículos aquáticos de assistência médica. O tempo médio para transferir pacientes de uma comunidade remota até um hospital municipal é de 6 horas, podendo chegar a 48h com um barco regional.
Andressa Collet – Vatican News
São 1.023 as comunidades indígenas e 2 as ribeirinhas em situação de alerta por causa da pandemia do coronavírus no Estado do Amazonas. Os dados do governo estadual desta segunda-feira (29), e divulgados pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS), ainda apontam que 6.482 indígenas foram testados positivos à Covid-19 e 337 os indígenas que morreram vítimas da doença.
Já no final de abril, em entrevista ao Vatican News, a coordenadora da Pastoral Indigenista da Arquidiocese de Manaus, que também faz parte da Coordenação dos Povos Indígenas de Manaus e Entorno (Copime), Marcivana Sateré Mawé, denunciava a melancólico realidade desses povos distantes ou que vivem na própria capital:
O atendimento com as ambulanchas
Para as comunidades indígenas e ribeirinhas do interior do Amazonas, cercadas por florestas e rios, sem acesso a transporte terrestre nem aéreo e que precisam de atendimento médico durante a pandemia, as ambulanchas fazem o transporte de pacientes e oferecem assistência emergencial ágil e segura. São lanchas de serviços que navegam águas rasas e contam com equipamentos adaptados para uma unidade de suporte básico de saúde.
O tempo médio para transferir pacientes de uma comunidade remota até um hospital municipal é de 6 horas, podendo chegar a 48h com um barco regional. Uma campanha de arrecadação de recursos promovida pela “Aliança dos Povos Indígenas e Populações Tradicionais e Organizações Parceiras do Amazonas para o Enfrentamento do Coronavírus”, da FAS, pretende ampliar o serviço das ambulanchas para melhorar a atenção básica de saúde a um complexo de 19 mil famílias – rurais e urbanas – no Amazonas.
As doações vão ajudar “no fortalecimento e na ampliação das ambulanchas e dos rádios de comunicação, que já estão disponíveis, mas que tornam muito mais rápida a locomoção dos indígenas e dos ribeirinhos para um centro médico mais próximo. Vamos cuidar dos povos que cuidam das nossas florestas”, motivou a atriz Regiane Alves, em vídeo divulgado nesta terça-feira (30) nas redes sociais da FAS.
Como funciona o projeto da FAS pelos indígenas
A Aliança dos Povos Indígenas e Populações Tradicionais, que envolve mais de 70 instituições públicas e da sociedade civil para promover ações de prevenção ao coronavírus, há três meses também faz uma forte articulação em busca de recursos, financeiros e materiais. A campanha atual, além de ajudar a ampliar o serviço das ambulanchas para o transporte de pacientes, tem fornecido informações sobre o coronavírus e distribuído alimentos básicos e produtos de higiene às famílias.
O projeto também se ocupa em outras frentes: nesta semana foi realizado um curso para capacitar Agentes Comunitários de Saúde (ACS) para atuar na prevenção e na observação dos sinais clínicos da Covid-19 em comunidades ribeirinhas, rurais e aldeias indígenas do Amazonas. Tudo feito através do teleatendimento que disponibiliza de forma online orientação clínica, capacitação e apoio aos profissionais de saúde que atuam no interior.
O superintendente geral da FAS, Virgilio Viana, explica no site da organização que “os grandes avanços que estamos tendo na atenção básica de saúde nessas regiões remotas só aconteceram em virtude do sistema de telessaúde, com a capacitação dos agentes comunitários e indígenas. É uma estratégia extremamente promissora desenvolvida no âmbito da Aliança”.
Faça a sua doação
As doações podem ser feitas através do site da FAS ou pelo e-mail contato@fas-amazonas.org. A Fundação Amazonas Sustentável é uma organização brasileira não governamental, sem fins lucrativos, criada em 2008 para “cuidar das pessoas que cuidam da floresta” e contribuindo para o desenvolvimento sustentável na Amazônia. A FAS está aberta para a participação de empresas, pessoas e instituições comprometidas com a conservação das florestas e a melhoria da qualidade de vida das populações que vivem nelas.