O número de contágios por coronavírus no mundo já ultrapassou os 50 milhões. Na Europa, a situação continua crítica e, na Itália, os médicos estão exigindo restrições cada vez mais rigorosas para evitar o colapso do sistema sanitário. Enquanto isso, numa igreja da pequena cidade italiana de Orbassano, na província de Turim, camas no lugar dos bancos dos fiéis. “A igreja está obviamente à disposição do povo de Deus, da humanidade, portanto, se houver necessidade, a acolhida será feita, não me escandalizo de forma alguma”, disse o capelão local.
Antonella Palermo, Andressa Collet – Vatican News
A província italiana do Alto Adige, a partir desta terça-feira (10) foi identificada como “zona vermelha”, de severas restrições para conter a pandemia, mas que ainda pode sofrer um lockdown ainda mais duro: “não temos alternativa, caso contrário, todo o sistema de saúde vai ingressar em colapso”, declara o assessor regional para a saúde, Thomas Widmann. Os anestesistas preveem que as internações nos hospitais e na UTI sejam duplicadas na próxima semana, se a tendência dos contágios não mudar.
Em Orbassano, camas em vez de bancos da igreja
A cidade de Orbassano, na província de Turim, região do Piemonte, também já está na zona vermelha com os seus pouco mais de 20 mil habitantes. Na igreja do Hospital São Luiz, por exemplo, os bancos foram retirados para dar espaço a cerca de trinta camas para pacientes com sintomas leves de Covid. De quarentena, o capelão, Pe. Luciano Gambino, comenta que já recebeu todo o tipo de comentário sobre a iniciativa:
O capelão, porém, conta ao Vatican News que ficou perplexo como tudo aconteceu, durante a noite da última sexta-feira (6), às pressas e sem nenhum planejamento sobre a operação, onde os dois capelães irão exercer o ministério e para onde levar as coisas da igreja.
Ninguém se salva sozinho
“As pessoas têm muito medo, estão angustiadas, não sabem onde bater a cabeça, tanto os doentes, que são inclusive muito jovens, quanto os médicos, chamados repentinamente”, acrescenta ainda Pe. Luciano, apesar do cansaço da doença que também o afetou. “Em comparação com a primeira fase da pandemia, se percebe da necessidade de assistência espiritual. Agora, parece-me que há mais demanda espiritual, de encorajamento, de esperança cristã”, complementa o capelão.