Na primeira de uma série de Missas a serem celebradas no Reino Unido pelo fim da pandemia, o presidente da Conferência Episcopal britânica rezou pelos profissionais de saúde e pelas famílias, recordando que as raízes do serviço aos pobres e doentes estão no cristianismo: “O cuidado e a assistência aos pobres, aos doentes e aos moribundos eram muito limitados até que os discípulos de Jesus começaram a provê-los”. O cardeal Nichols afirma que com nossas orações pelos profissionais de saúde, “regamos as raízes de sua inspiração, raízes que chegam até nós através dos séculos e cujo fruto está agora incorporado em nossos trabalhadores. Que nossas orações possam fortalecer”.
Vatican News
Médicos e profissionais de saúde são “os heróis silenciosos da épica luta que está sendo travada contra o Coronavírus hoje”. A afirmação é do arcebispo de Westminster, cardeal Vincent Nichols, ao iniciar sua homilia na noite de quinta-feira na primeira Missa dedicada à oração contra a pandemia, desejada pelo Episcopado Britânico e anunciada há alguns dias.
“Aos aplausos públicos, queremos acrescentar a oração pública – disse ele, referindo-se ao hábito britânico de olhar pelas janelas e sacadas todas as noites às 20 horas, para prestar homenagem com um aplauso aos envolvidos na linha de frente na luta contra o Covid-19. Assim nesta noite rezamos por todos aqueles que enfrentam diariamente esse vírus, em nossos hospitais, casas de repouso, visitas domiciliares, nos laboratórios de pesquisa e nos ambulatórios. Agradecemos a eles por sua coragem e generosidade de coração que sustentam seus esforços. Prestamos homenagem ao seu grande empenho com os pacientes a quem servem tão desinteressadamente”.
Poder de Deus necessário nesta luta épica
“Aqueles que estão na linha de frente desse grande esforço sabem como esse vírus é devastador para a saúde e a vida humana. Eles veem isso todos os dias. E a cada novo dia retornam à linha de frente – prosseguiu o purpurado -. Para a maior parte de nós, o esforço nessa batalha é bem diferente: sim, as privações existem, incluindo o fato de não podermos retornar às nossas igrejas e nos aproximarmos dos Sacramentos, uma privação que sentimos muito profundamente”.
“Em tudo isso, somos consolados pela presença inabalável de Nosso Senhor – acrescentou o presidente da Conferência Episcopal britânica – devemos ter olhos para vê-Lo em todo lugar e em todos os momentos. Nossa oração deve ser seguro, porque não há dúvida de que o poder de Deus é necessário nesta luta épica. Nesta noite renovemos a oração que infunde a força e a inspiração de Deus sobre esses heróis de hoje: os profissionais da saúde na linha de frente”.
O pensamento, então, vai para suas famílias, para as famílias dos doentes ou aquelas que perderam um ente querido: “Rezemos também por aqueles cujas famílias incluem pessoas com necessidades e exigências especiais, para que, dentro dos limites de suas casas, esse mesmo espírito corajoso e generoso seja fortalecido e apoiado. Rezemos por aqueles que sofrem com os efeitos desse terrível vírus, por aqueles que morreram e por suas famílias e amigos que estão de luto”.
Cuidar dos enfermos, uma prática com a marca da fé cristã
O cardeal enfatiza depois que cuidar dos enfermos é um ensinamento direto de Cristo e de seus discípulos: “Essa prática traz a marca da fé cristã. As características de sacrifício e de coragem e o compromisso de cuidar de todos, especialmente dos mais pobres, decorrem da determinação de seguir os ensinamentos de Cristo para servir especialmente os mais pobres, os mais necessitados e os menos capazes de ajudar a si próprios”.
“O cuidado e a assistência aos pobres, aos doentes e aos moribundos – explicou o cardeal – eram muito limitados, até que os discípulos de Jesus começaram a provê-los. Os pobres eram muitas vezes simplesmente abandonados à própria sorte. Mas a visão do cristianismo mudou essa situação: servir os pobres e os doentes é servindo o próprio Senhor”, disse o purpurado.
Na oração, regamos as raízes de sua inspiração, raízes que chegam até nós através dos séculos
“Reconheço que muitos que hoje servem generosamente o fazem por muitas boas razões. São de muitas crenças diferentes. Quando perguntados por que eles retornam, ou permanecem, dia após dia, ao seu perigoso trabalho, alguns respondem: ‘É o que eu sou’. Sou uma enfermeira, um médico.” Reconhecem uma vocação, uma vocação que no mais profundo de cada um deles. O que fazemos em nossas orações não é desrespeitoso em relação a eles. Antes, em nossas orações, regamos as raízes de sua inspiração, raízes que chegam até nós através dos séculos e cujo fruto está agora incorporado em nossos trabalhadores. Que nossas orações possam fortalecer seu instinto e sua inspiração e assegure que sejam profundamente custodiados em nosso coração pela nobreza de espírito que mostram”, concluiu o cardeal