Decisão do governo sobre data de reinício das Missas públicas desagrada episcopado francês

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A Conferência Episcopal da França se manifestou após a declaração do primeiro ministro Édouard Philippe sobre o plano de flexibilização do confinamento, que terá início em 11 de maio prevendo, no entanto, a suspensão de celebrações religiosas públicas por mais três semanas.

Vatican News

Em comunicado diante da Assembleia Nacional, o primeiro-ministro Édouard Philippe anunciou na tarde de terça-feira, 28, que as celebrações religiosas públicas não poderão ser retomadas antes de 2 de junho.

Em um comunicado de imprensa publicado no início da noite, o Conselho Permanente da Conferência Episcopal da França, “em nome de todos os bispos, soube com pesar desta data que é imposta aos católicos e a todas as religiões de nosso país”.

O episcopado francês expressa suas reservas, como aconteceu com o episcopado italiano em relação à decisão semelhante tomada pelo governo Giuseppe Conte alguns dias antes, não obstante compartilhe a preocupação do governo de limitar ao máximo a circulação da epidemia.

 

Causa estranheza aos bispos a proibição da celebração de Missas públicas, pois poderiam promover a disseminação do coronavírus, enquanto que por outro lado são retomadas as atividades econômicas e comerciais e há a reabertura gradual das escolas.

A liberdade de culto é um pilar da democracia

 

“A dimensão espiritual e religiosa do ser humano contribui, estamos convencidos disso, para a paz dos corações, para o fortalecimento nas provações, para a fraternidade entre as pessoas e para toda a vida social”, insistem os prelados.

“A liberdade de culto é um alicerce da vida democrática. É por isso que os bispos desejam se reunir com as autoridades públicas, nacionais ou locais, para preparar a retomada efetiva do culto. Os católicos respeitaram e respeitarão as instruções do governo”, reiteram.

O Conselho Permanente “recomenda que as dioceses e as paróquias continuem a oferecer os meios necessários para a vida de fé. A Igreja na França também fará uma melhor avaliação de como essa nova perspectiva permitirá a retomada de certas atividades de caridade, dadas as situações precárias de que é testemunha”, em um contexto de forte aumento do desemprego e da precariedade social.

A esperança volta-se para Pentecostes

 

“A festa de Pentecostes deveria marcar, salvo o recomeço da epidemia, o fim de um severo confinamento em termos de vida litúrgica e sacramental”, observam os responsáveis da CEF, embora a suspensão de encontros religiosos públicos inclua as datas de domingo 31 de maio e segunda-feira, 1º de junho, que dariam lugar a grandes celebrações em certas dioceses. Contemporaneamente, devido ao final de semana prolongado, haveria intenso deslocamento da população, o que o governo provavelmente está tentando evitar.

“O Conselho Permanente dos Bispos da França convida os católicos a viver o mês de maio como “um mês no Cenáculo”, numa oração constante pelo dom do Espírito Santo e como um mês mariano”, sublinham os bispos que assinaram o texto, entre os quais Dom Éric de Moulins-Beaufort, arcebispo de Reims e presidente da Conferência Episcopal.

Durante as próximas semanas, como tem sido desde o início do confinamento, os locais de culto poderão permanecer abertos para a oração individual, e a liturgia do funeral poderá ser celebrada (mas sem a Eucaristia), tanto nas igrejas quanto nos cemitérios, com o número de pessoas limitado a 20. A CEF convida as famílias enlutadas a não renunciarem aos funerais religiosos, mesmo que apenas alguns parentes possam participar.

A CEF convida as famílias enlutadas a não renunciarem aos funerais religiosos, mesmo que apenas alguns parentes possam participar




A CEF convida as famílias enlutadas a não renunciarem aos funerais religiosos, mesmo que apenas alguns parentes possam participar

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