As descobertas arqueológicos que vieram à tona nos últimos dias nas proximidades do Getsêmani, o local da agonia de Jesus, são impressionantes: uma banheira para o ritual judaico e alguns restos de edifícios cristãos dos períodos Cruzado e Bizantino. Em Jerusalém, a coletiva de imprensa para a apresentação
Vatican News
Nos últimos meses foram feitas descobertas arqueológicas surpreendentes no Getsêmani que datam da época de Jesus e das Cruzadas. Na manhã desta segunda-feira (21) em Jerusalém, foi realizada a coletiva de apresentação com a presença do Custódio da Terra Santa Padre Francesco Patton e dos arqueólogos que conduziram o relevante projeto, incluindo Amit Re’em da Autoridade Israelense para as Antiguidades.
Próximo do Monte das Oliveiras
O local encontra-se junto de uma plantação, localizada nos arredores da cidade antiga de Jerusalém, aos pés do Monte das Oliveiras. O relevante lugar onde Jesus se retirou em oração após a Última Ceia, antes de ser traído por Judas para depois ser preso. Uma localidade que ao longo dos séculos, tornou-se um lugar de peregrinação ao redor da Basílica da Agonia, cuja origem remonta à época bizantina. Por volta da década de 1920 foi reconstruída pelo arquiteto Barluzzi com a contribuição internacional: por isso foi rebatizada com o nome de Igreja de Todas as Nações.
No tempo de Jesus
Também foi escavado um túnel subterrâneo sob o portão de entrada para permitir que o alto fluxo de visitantes passasse com segurança do jardim para a Basílica. No local Bento XVI celebrou uma missa em maio de 2009. Durante as obras de infra-estrutura, a incrível surpresa: no final do túnel foram encontradas uma série de salas anexas à antiga Basílica da Agonia de Jesus, que remontam ao tempo das Cruzadas. Ainda mais impressionante, na metade do túnel, foi descoberta uma banheira ritual judaica escavada na rocha, datado do século I d.C.: “Até agora no Getsêmani – explicou ao Vatican News o arqueólogo Padre Eugenio Alliata, do Studium Biblicum Franciscanum – não havia sido encontrado nada que remontasse ao tempo de Jesus”. Foi identificado porque as banheiras rituais judaicas são muito características: elas têm uma série de degraus que terminam em uma estrutura um pouco mais profunda”.
Em aramaico a palavra Getsêmani significa “lagar”, “lugar para trabalhar o azeite”: “Durante o processamento do azeite ou do vinho – continua Padre Alliata – o judeu devoto que os prepara, se querem que seja kosher, ou seja, puro segundo a Lei, deve preparar-se tomando um banho ritual em uma banheira especial”. Se em Jerusalém há frequentes achados arqueológicos que remontam ao tempo do rei Herodes, o Grande, e procuradores romanos como Pôncio Pilatos, no Getsêmani, até então, nunca tinha sido encontrado nada contemporâneo a Jesus.
Uma capela e um abrigo para os peregrinos
Também são muito importantes as séries de salas que remontam ao período árabe de Jerusalém, entre um e dois mil anos atrás, que veio à luz além da saída do túnel: “os achados são posteriores à conquista islâmica de Jerusalém em 638 d.C.”. A escavação – acrescenta o Padre Alliata – revelou uma capela cristã com uma abside, muito bem conservada, um altar e uma inscrição em grego na qual se pede a Deus que aceite a oferta do seu fiel como fez com Abraão. O Patriarca bíblico é de fato considerado o modelo do crente em Deus, aquele cuja oferta é agradável ao Senhor”. Ao redor da capela muito provavelmente havia um abrigo para os peregrinos que iam a Jerusalém, atestando assim a presença contínua de cristãos na cidade santa, mesmo após a conquista islâmica.
(Vatican News Service – PO)