O Papa Francisco não presidiu à Via-Sacra para resguardar sua saúde do frio romano. Do Coliseu, ecoaram as súplicas de paz ao Príncipe da Paz
Vatican News
As últimas horas de Jesus foram encenadas no Coliseu de Roma diante de 20 mil fiéis, sem a presença do Papa. Francisco acompanhou o evento de sua lar, para se preservar do frio romano, poucos dias depois de receber alta do Hospital devido a uma infecção respiratória.
A Via-Sacra foi conduzida pelo seu vigário para a Diocese de Roma, cardeal Angelo De Donatis.
As meditações deste ano de 2023 são fruto das peregrinações do Pontífice pelo mundo – histórias e testemunhos que ouviu nestes 10 anos de pontificado, que Dicastérios da Cúria Romana condensaram em 14 textos, um para cada estação. Com efeito, a Cruz foi carregada por vítimas da violência das guerras, representando as pessoas que o Papa encontrou em suas viagens apostólicas.
São ecos de paz que afloram nesta “terceira guerra mundial aos pedaços”, gritos que vêm de países e áreas hoje dilacerados por violências, injustiças e pobreza. Todos os lugares onde se sofre por conflitos, ódios e perseguições estão presentes na oração desta Sexta-feira Santa.
Do continente americano, vieram dois testemunhos: a de jovens da América Central, que relatam promessas vazias de uma vida fácil mas desonesta, feita de ganância e corrupção. Da América do Sul, a voz de uma mãe vítima da explosão de uma bomba da guerrilha em 2012.
Não faltaram relatos dos povos ucraniano e russo, do Oriente Médio, de um sacerdote torturado durante a guerra nos Bálcãs, da violência que matou uma freira na África Oriental e do anseio de paz do sudeste asiático.
A Via-Sacra se encerrou com uma Oração, intitulada «14 obrigados»:
Obrigado, Senhor Jesus, pela mansidão que confunde a arrogância.
Obrigado pela coragem com que abraçaste a cruz.
Obrigado pela paz que jorra das tuas feridas.
Obrigado por nos teres dado a tua santa Mãe como nossa Mãe.
Obrigado pelo amor demonstrado diante da traição.
Obrigado por teres mudado as lágrimas em sorriso.
Obrigado por teres amado a todos sem excluir ninguém.
Obrigado pela esperança que infundes na hora da provação.
Obrigado pela misericórdia que sara as misérias.
Obrigado por Te teres despojado de tudo para nos enriquecer.
Obrigado por teres mudado a cruz em árvore da vida.
Obrigado pelo perdão que ofereceste aos teus assassinos.
Obrigado por teres derrotado a morte.
Obrigado, Senhor Jesus, pela luz que acendeste nas nossas noites e, reconciliando todas as divisões, tornaste-nos a todos irmãos, filhos do mesmo Pai que está nos céus.