Nas férias deixemos ser e acontecer nossa verdadeira vocação de ser filhos de Deus, irmãos(ãs), servos e guardiães da Criação e sobretudo atendamos o chamado a sermos inteiramente felizes no espírito das bem-aventuranças.
Dom Roberto Francisco Ferreria Paz – Bispo Diocesano de Campos
As férias para muitos é apenas não trabalhar ou o distanciamento das rotinas cotidianas em outros cenários, no entanto pensando dessa forma corremos o risco de levar toda a nossa agitação e barulho mental para este período e não conseguir descansar.
Por isso as férias nos convidam em primeiro lugar a mergulhar na vida interior, a conversar espiritualmente conosco mesmo, a conhecer-nos melhor e escutar as nossas buscas e anseios. Também é o momento propício para reencontrar os amigos e mesmo com todas as pessoas estabelecer novas formas de relacionamento, mais espontâneas e gratuitas visando o convívio fraterno. Ter mais tempo para sentir a terra ou a areia debaixo da sola dos pés, respirar o ar lentamente sentindo-se vivo, contemplar o crepúsculo e molhar-se os pés na praia tendo um contato intenso com a água dos rios ou do mar.
Mas sem dúvida as férias são um momento para apagar a saudade de Deus, a nostalgia de vivenciar a nossa filiação divina e corresponder com muita gratidão a ternura e misericórdia do Bom Pai para conosco. Se desprogramarmos e descondicionarmos nossa vida esquecendo brevemente as rotinas e agendas, nos libertaremos das pressões que não faltam e aprenderemos a deixarmos de lado tudo aquilo que não somos e fingimos ser, tudo que é apenas conveniência social mas secundariza e escanteia o essencial de nós mesmos.
Nas férias deixemos ser e acontecer nossa verdadeira vocação de ser filhos de Deus, irmãos(ãs), servos e guardiães da Criação e sobretudo atendamos o chamado a sermos inteiramente felizes no espírito das bem aventuranças. Simplifiquemos a vida, vivamos como convida o Papa Francisco a “sobriedade feliz” que nos ensina que muitas vezes o menos é mais. Deus seja louvado!