A violência continua na Faixa de Gaza, com pelo menos 75 palestinos mortos na quarta-feira, incluindo 63 pessoas na fila para receber ajuda, segundo a Al Jazeera. Esta quinta-feira, a chegada a Israel do enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, para negociações sobre uma trégua em Gaza. Enquanto isso, depois da França, outras nações estão considerando reconhecer o Estado da Palestina
Vatican News
Mais um dia de guerra com uma enxurrada de mortes de palestinos que se aglomeravam em centros de distribuição de ajuda humanitária. Pelo menos 75 pessoas foram mortas quarta-feira, enquanto a agência de notícias Wafa já relatou mais 27 vítimas em ataques israelenses nas primeiras horas desta quinta-feira.
Tiros contra a multidão
O Hospital Shifa, na Cidade de Gaza, afirma que muitas das vítimas estavam entre a multidão reunida na passagem de Zikim, o principal ponto de acesso para ajuda humanitária no norte de Gaza. Não ficou imediatamente claro quem abriu fogo, e não houve comentários do exército israelense, que controla a passagem. Mais de 1.000 palestinos foram mortos por tiros israelenses enquanto buscavam ajuda desde maio. O exército israelense afirma ter disparado apenas tiros de advertência contra pessoas que se aproximavam de suas forças, e a Fundação Humanitária de Gaza afirma que seus mercenários armados usaram apenas spray de pimenta.
Agravamento da penúria
E mais sete palestinos, incluindo uma criança, morreram de causas relacionadas à desnutrição, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas. A Classificação Integrada de Segurança Alimentar (CFI), a principal autoridade mundial em crises alimentares, ainda não declarou a penúria em Gaza, mas afirmou na terça-feira que a situação piorou drasticamente e alertou para “mortes generalizadas” se não houver uma ação imediata.
Outros Estados prontos para reconhecer a Palestina
Enquanto isso, na frente diplomática, a pressão sobre o governo israelense aumenta. Depois da França e do Reino Unido, os ministros das Relações Exteriores do Canadá, Austrália, Finlândia e Portugal anunciaram que seus países estão considerando o reconhecimento da Palestina “como um passo essencial para uma solução de dois Estados”. A declaração, noticiada pelo Haaretz, também foi assinada pelos ministros das Relações Exteriores da Nova Zelândia, Andorra e San Marino e divulgada como parte da Conferência para a promoção da solução de dois Estados, liderada pela França e pela Arábia Saudita. O presidente italiano, Sergio Mattarella, afirmou que reduzir à fome uma população inteira é desumano. A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, chamou a situação de “insustentável” em um telefonema para Netanyahu. E esta quinta-feira, o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, encontra-se em Israel para relançar as negociações por um cessar-fogo e a libertação de prisioneiros, que estavam paralisadas há semanas.
