O Papa encontrou-se com oficiais e militares da Arma dos Carabineiros, na Praça São Pedro. Partindo do exemplo de Salvo D’Acquisto, ainda hoje de grande relevância, disse-lhes de tornar “a sociedade mais justa e humana”.
Mariangela Jaguraba – Vatican News
O Papa Francisco recebeu em audiência oficiais e militares da Arma dos Carabineiros, na Praça São Pedro, neste sábado 16/09), no aniversário de 80 anos do sacrifício de Salvo D’Acquisto, vice-brigadeiro italiano Medalha de Ouro por Valor Militar, morto pelos alemães em 23 de setembro de 1943, que se sacrificou, “para salvar reféns inocentes capturados pelas tropas nazistas”, lembrou Francisco em seu discurso. “Recordar este colega”, disse o Papa, não para uma “comemoração estéril”, mas para “renovar hoje o compromisso na Arma, a serviço do bem e da verdade, a serviço da sociedade”.
Embora vivamos num tempo poluído pelo individualismo e pela intolerância em relação aos outros, bem como pela exacerbação de tantas formas de violência e ódio que vemos em nossas cidades, seu testemunho transmite uma mensagem cheia do poder do amor. A vocês, que estão diariamente comprometidos com o serviço da justiça e da legalidade – e quanta necessidade há de legalidade hoje! – gostaria de dizer que tudo isso encontra sua razão e seu fim último no amor. A justiça, de fato, não tende simplesmente a impor punições a quem errou, mas a restaurar as pessoas em nome do respeito e do bem comum.
A audiência do Papa aos oficiais e militares da Arma dos Carabineiros
Uma sociedade mais justa e humana
Segundo o Papa, os Carabineiros “são chamados não apenas a fazerem o próprio dever, aplicando regulamentos e procedimentos, mas a tornar “a sociedade mais justa e humana”.
Portanto, é bom que vocês sejam pessoas apaixonadas como Salvo D’Acquisto; servidores do Estado e do bem comum, que lutam contra a tirania, defendem os mais fracos, oferecem um senso de proteção às nossas cidades. O afeto dos italianos por vocês atesta que essas não são apenas palavras, mas, graças ao exemplo de muitos de vocês, são realidade!
Lutar contra a mentalidade mafiosa
“Tudo isso requer sacrifício e compromisso, disciplina e disponibilidade, senso de responsabilidade e dedicação”, disse ainda Francisco, pensando nos militares “imersos em contextos difíceis, onde a justiça é muitas vezes pisoteada, chamados a lutar contra todo tipo de ilegalidade, contra o crime organizado e contra um senso de impunidade às vezes infelizmente arraigado, contra a mentalidade mafiosa”.
O Papa recordou também os que realizam tarefas investigativas, “para que a mentira possa ser desmascarada”, os que trabalham em “lugares de conflito e em contextos internacionais”, que se tornam artesãos da paz ao estenderem a mão à população local, e os que realizam seu serviço “nas ruas de nossas cidades e nos nossos bairros”.
Nunca desanimem, nunca cedam à tentação de pensar que o mal seja mais forte, que o pior nunca tem fim e que seu empenho seja inútil. Olhando a Salvo D’Acquisto, deixem-se animar pela paixão pelo bem. Por favor, continuem demonstrando proximidade às pessoas, que sempre reconheceram essa sua bela característica.
