Comentando a nova Carta encíclica do Papa Francisco, o presidente do Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagascar (Secam), cardeal Philippe Ouédraogo, relança o apelo do Pontífice a intensificar “os esforços em direção a uma verdadeira fraternidade, solidariedade, colóquio, aceitação mútua, confiança e apoio, que são valores cruciais para nosso mundo de hoje, visivelmente dividido por cultura, religião ou princípios políticos e ideológicos”
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“Uma fraternidade verdadeira é uma resposta apropriada aos desafios apresentados pela pandemia da Covid-19”: é o que escreve o presidente do Secam (Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagascar), cardeal Philippe Nakellentuba Ouédraogo, numa nota comentando a Encíclica do Papa Francisco “Fratelli tutti sobre a fraternidade e a amizade social”, assinada em 3 de outubro em Assis – na região italiana da Úmbria – e publicada no dia seguinte.
O purpurado burquinense relança o apelo do Pontífice a intensificar “os esforços em direção a uma verdadeira fraternidade, solidariedade, colóquio, aceitação mútua, confiança e apoio, que são valores cruciais para nosso mundo de hoje, visivelmente dividido por cultura, religião ou princípios políticos e ideológicos”.
Construir a Igreja como Família de Deus
O cardeal Ouédraogo também faz uma forte advertência: “É chegado o momento de dizer um basta total a interesses pessoais, barreiras culturais, perseguições religiosas e ao radicalismo das religiões, de modo a acabar com o terrorismo onde quer que seja no mundo e trabalhar assiduamente pela liberdade religiosa”.
Para a África e Madagascar, acrescenta o presidente do Secam, a Encíclica lembra “mais uma vez a necessidade de intensificar os esforços para construir a Igreja como Família de Deus, evitando o etnocentrismo e o particularismo excessivo em favor da reconciliação e da verdadeira comunhão entre os diferentes grupos étnicos, a fim de promover a solidariedade e a partilha de pessoas e recursos entre as Igrejas particulares, sem discriminações étnicas”.
Um convite a responder positivamente à Fratelli tutti
Desta forma, ressalta o purpurado – que é também arcebispo da capital burquinense Uagadugu –, “a verdadeira fraternidade e amizade social se concretizarão não somente com palavras, mas também com altruísmo e nobre conduta por parte de todos os seres humanos; com liderança responsável, dentro e fora da Igreja, a serviço do bem comum e da dignidade de todo ser humano”.
Por fim, o Secam convida “todos os povos da África e das ilhas vizinhas”, especialmente os “cristãos”, não apenas “a estudar cuidadosamente a Encíclica, mas também a responder positivamente a ela nas esferas familiar, cultural, religiosa, política, social e empresarial”.
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