Guiné. Arcebispo de Conacri pede fim da violência e colóquio inclusivo

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As tensões no país estão aumentando ao tempo em que se aproxima a data das eleições presidenciais de 18 de outubro. O presidente concorre pela terceira vez após sua candidatura ter sido possibilitada pelo referendo constitucional de março passado, que aboliu o limite de dois mandatos. Os resultados do referendo foram rejeitados pela antítese, desencadeando confrontos e violência que resultaram em vítimas, prisões e numerosos atos de vandalismo

Vatican News

“Acabar com toda a violência e iniciar um colóquio inclusivo.” Este foi o apelo lançado aos líderes políticos da República da Guiné, na costa oeste da África, pelo arcebispo de Conacri, dom Vincent Coulibaly.

O prelado pediu “ao governo e aos atores sociopolíticos que cessem imediatamente todas as formas de violência e estabeleçam as condições para um colóquio inclusivo em favor da paz, para permitir que as partes em conflito se escutem e troquem seus pontos de vista a fim de achar soluções pacíficas para a crise nacional”.

Aumento das tensões com o aproximar-se das eleições

As tensões no país estão aumentando ao tempo em que se aproxima a data das eleições presidenciais de 18 de outubro. O presidente em fim de mandato, Alpha Condé, está concorrendo a um terceiro mandato após sua candidatura ter sido possibilitada pelo referendo constitucional de março passado, que aboliu o limite de dois mandatos.

Os resultados do referendo foram rejeitados pela antítese, desencadeando confrontos e violência que resultaram em dezenas de vítimas, várias prisões e numerosos atos de vandalismo.

Eleições representam contribuição concreta para a paz

“As eleições são um passo relevante para a criação de um Estado de direito democrático e representam uma contribuição concreta para a paz”, disse dom Coulibaly. Daí, o convite a acabar com todas as tensões que “suscitam preocupação e ansiedade na população”.

Em seguida, condenando “as numerosas perdas de vidas, bem como a destruição de vários bens públicos e privados durante as manifestações”, o arcebispo de Conacri exortou as autoridades competentes “a investigar o que aconteceu e identificar os autores e levá-los à justiça, evitando assim novas vítimas”.

Solidariedade e proximidade da Igreja com os que sofrem

“Imploro ao governo que coloque a Guiné Conacri acima de todos os interesses pessoais e que ponha um fim a todos os discursos ameaçadores, ofensivos, degradantes e provocadores”, exortou.

Dom Coulibaly assegurou “a solidariedade e a proximidade espiritual da Igreja com as pessoas que sofrem”, porque “não pode ficar indiferente a nenhuma tirania ou ataque à paz, à vida e aos direitos fundamentais do homem”.

Esgarçamento do tecido social guineano

No final de janeiro, os sacerdotes católicos do país, ao término de sua Assembleia ordinária, denunciaram com veemência a crise política nacional, numa declaração na qual se afirma que “nossa democracia é violada pelo regionalismo, nepotismo, etnocentrismo, favoritismo, tirania e vínculos de clãs”.

“O tecido social guineano está esgarçado, consequência de uma política egoísta, regionalista e etnocêntrica.” Por conseguinte, o clero exigiu o pleno respeito à Constituição e ao princípio da alternância através de eleições livres e transparentes garantidas por uma Comissão Nacional Eleitoral totalmente independente.

(Fides)

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