A renovação paroquial permite entender que há formas de se viver o cristianismo, diferentemente das comunidades territorialmente estabelecidas. Trata-se de superar a visão unilateral de vivência comunitária, pois, num mundo plural, não se pode querer um único modo de ser comunidade. São as comunidades ambientais e afetivas que independem do território. A pluralidade de configurações expressa diferentes formas de buscar Jesus Cristo. São diferentes experiências cristãs que se unem em pontos comuns e, integradas à paróquia, podem constituir uma rede de comunidades.
As pequenas comunidades são alimentadas pela Palavra de Deus, pela fraternidade, pela oração e pela Eucaristia. São a presença da Igreja junto aos mais simples, comprometendo-se com eles em buscar uma sociedade mais justa e solidária. Constituem uma forma privilegiada de vivência comunitária da fé, inserida no seio da sociedade em perspectiva profética. Também elas são desafiadas a não se esmorecerem diante dos desafios impostos pelo atual contexto de mudança de época.
Mantendo-se em comunhão com seu bispo, e inserindo-se no projeto da pastoral diocesana, as pequenas comunidades se convertem em sinal de vitalidade na Igreja. Atuando dessa forma, junto com os grupos paroquiais, associações e movimentos apostólicos, podem contribuir para revitalizar as paróquias, fazendo delas uma comunidade de comunidades.
Considerem-se, também, as comunidades cristãs ambientais. São formadas por grupos de universitários, empresários ou artistas, por exemplo. Mas se deve recordar, também, dos hospitais que constituem uma verdadeira comunidade no serviço à vida. Os enfermos, os profissionais de saúde, os funcionários e a administração de centros hospitalares exigem uma atenção da Igreja que ultrapassa as ações de visita aos doentes. É preciso pensar e planejar a ação evangelizadora nesses ambientes, integrando-os na paróquia.
As escolas são comunidades dentro das paróquias. Especialmente os colégios católicos não podem viver a vida religiosa paralelamente à vida paroquial. A integração fará grande bem à evangelização.
Outro tipo de comunidade são as universidades, consideradas um grande areópago na busca do colóquio entre fé e razão. Não se trata apenas de oferecer atendimento religioso ao mundo acadêmico, mas de marcar uma presença cristã nessa relevante instância da sociedade. É preciso ingressar em contato e promover o crescimento desses grupos, como comunidades cristãs capazes de evangelizar diferentes ambientes. Cada uma dessas comunidades tem demandas específicas que clamam pela Boa-Nova de Cristo.
Em muitas paróquias, conta-se com a presença de movimentos leigos de apostolado e de espiritualidade, que se envolvem na pastoral paroquial. Eles reúnem casais, jovens e outras pessoas para lhes dar formação, propor um caminho para seguir Jesus. Muitos são engajados em comunidades. Há outros que fazem um caminho mais autônomo. Integrá-los é uma missão para tornar a paróquia mais rica em serviços, ministérios e testemunho. Ao se inserirem na rede de comunidades paroquiais, esses movimentos experimentam o dom da unidade e da comunhão que fortalece a fé de todos.
Nos últimos tempos, cresceu o número de pequenos grupos de cristãos que propõem novas formas de reunir fiéis em torno de um carisma comum. São as novas comunidades de vida e aliança. Muitas atuam no apostolado e na pastoral. Geralmente, estão ligados ao bispo diocesano. É relevante acolher essas novas formas de viver a fé cristã, integrando-as na paróquia e oferecendo oportunidades para crescerem na comunhão e missão de toda a Igreja. Mas é preciso que as comunidades novas estejam atentas ao perigo do fechamento e de caminhar de forma paralela com a paróquia e à diocese.
O desafio da renovação paroquial está em estimular a organização dessas e de outras comunidades, para que promovam sua integração na paróquia. A unidade paroquial das diversas comunidades é indispensável para que todos se sintam unidos afetiva e efetivamente. Isso se realiza pelo vínculo e pela partilha da caminhada, mas também pelo planejamento pastoral.