Cerca de mil jovens do mundo da economia, empresa e pesquisa participarão de 22 a 24 de setembro, em Assis, presencialmente, da iniciativa desejada pelo Papa, em 2019, para renovar a economia voltada para os pobres, para o bem comum e para o cuidado da criação. O evento foi apresentado nesta terça-feira na Sala de Imprensa da Santa Sé.
Michele Raviart – Vatican News
Ninguém duvida hoje que os princípios que governam a economia mundial devem ser renovados. Pandemia, guerra na Ucrânia e as consequentes crises energéticas e alimentares que estamos vivendo globalmente testemunham isso. A ideia que o Papa Francisco teve em 2019, numa conversa com o economista Luigino Bruni, foi focar no talento, entusiasmo e criatividade dos jovens, para iniciar um processo que no porvir poderá levar algumas das mentes mais promissoras do mundo dos negócios e da pesquisa econômica a elaborar novos princípios para um mundo mais atento aos pobres, ao bem comum e ao cuidado da Criação.
A necessidade de renovação radical
Trata-se da iniciativa “Economia de Francisco”, cujo primeiro encontro presencial, originalmente marcado para fevereiro de 2020 e depois adiado devido à pandemia e precedido por três anos de seminários on-line, se realizará de 22 a 24 de setembro em Assis, cidade designada para ser uma espécie de “capital” para esta nova economia. Ali, São Francisco se despojou de suas posses para ser tudo de Deus e dos pobres. Uma escolha, explicou dom Domenico Sorrentino, arcebispo de Assis-Nocera Umbra-Gualdo Tadino, bispo de Foligno e presidente do comitê organizador da Economia de Francisco, que não era um “não” à economia, mas sim uma necessidade de renovação. “Economia de Francisco”, sublinhou o prelado, “tem como estrela polar o Santo de Assis na radicalidade evangélica que o levou a se tornar pobre e servo dos pobres e a cantar os louvores de Deus pelo irmão sol e a irmã lua, inspirando ante-litteram uma ecologia integral”.
Respirar os lugares de São Francisco
Os jovens participantes serão cerca de mil, que abordarão e discutirão – especialmente no segundo dia, o de 23 de setembro – em 12 aldeias temáticas inspiradas nas questões apresentadas pelas encíclicas “Laudato si'” e “Fratelli tutti”, que são, como todo o pensamento social da Igreja, como uma bússola de valores para toda a iniciativa. Os temas foram escolhidos, unindo conceitos ligados a uma abordagem predominantemente econômica com uma mais social, como “Energia e pobreza”, “Finanças e humanidade” e “Agricultura e Justiça”, “Gestão e Dom”. As aldeias estarão localizadas nos lugares franciscanos de Assis, como a Porciúncula, o Santuário da Espoliação e a Basílica de São Francisco.