Neste Jubileu de 2025, o Papa Francisco aponta que “O Jubileu deve ser um tempo de conversão, peregrinação e caridade, onde a esperança cristã exige audácia para antecipar a promessa de Deus, através da responsabilidade e compaixão. A esperança não tolera a indolência, a preguiça, a falsa prudência e o calculismo. A esperança não admite a vida tranquila dos que não levantam a voz contra o mal e as injustiças”. A omissão e a comissão são pecados graves: exigem reparação.
Diácono Adelino Barcellos Filho – Diocese de Campos/RJ.
Reduzir o que há de mais genuíno, na Igreja de Jesus Cristo (O Caminho), a coisas pequenas, rasas, é ser meão, ser “provinciano”, uma vez que a Igreja D’Ele é Católica, Apostólica e Romana, que nos chega pela legítima Sucessão Apostólica, e, precisa ter um Coração Universal, semelhante ao D’Ele. Existem múltiplos “caminhos” na Igreja Católica, incluindo o “caminho” Neocatecumenal, a caminhada de Oração e Penitência e o “caminho” da Sinodalidade.
São Josemaria Escrivá emitiu um alerta: “Não tenhas espírito de ‘caipira’”. — Dilata o teu coração, até que seja universal, “católico”. Não voes como ave de capoeira, quando podes subir como as águias”. Podemos até fazermos escolhas, em ser Phasianidae (é uma família de aves galliformes que voam raso, em curta distância e voltam ao criadouro, para ciscar); o Pai Celestial deseja que sejamos verdadeiras águias: “-Visão de longo alcance (ver de distante o objetivo, a meta, o Céu, e os possíveis obstáculos); Senso de oportunidade (perceber o momento certo)”. Transpor as aspirações do potencial humano.
Já apontado por São Paulo aos Cristãos e habitantes de Colossos, “Se, portanto, ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus” (3). Uma das dicas para a nossa reflexão cotidiana, ao nosso peregrinar, oferecida por São Josemaria Escrivá, é esta “A soberba é pior e o mais ridículo dos pecados; Se aceitamos a nossa responsabilidade de filhos de Deus, devemos ter em conta que Ele nos quer muito humanos; Cada alma criada (Corpo, Alma e Espírito) é uma obra-prima de Deus”, à Sua Imagem e Semelhança.
Essa conquista foi sublimada no gigantesco Mistério Revelado, a Encarnação do “Verbo Eterno de Deus”, que em Sua Infinita Bondade e Sabedoria, nos torna capazes de grandes entendimentos, através do bom uso da inteligência, da vontade (querer) e do impulso vital (emoção), três atividades distintas, características próprias nossas, ao criar-nos à Sua Imagem e Semelhança de forma única, em uma só pessoa humana; nossa impressão digital sinaliza isto, a mãe nem sabe que está grávida.
“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua grandeza, a grandeza que o Filho único recebe do Seu Pai, cheio de Graça e de Verdade.” Esta Dinâmica Trinitária, deseja ser plena em nosso ser à Imagem e Semelhança; sobretudo, na impressão do caráter batismal, favorecendo a Graça da Criatividade da Inteligência Infinita (Pai), manifestada (epifania) à Sua Santíssima Vontade (pelo Verbo, Palavra, Filho), na Força, na Luz, no Amor que procede dos dois (o Espírito Santo Paráclito), três Pessoas distintas, em um único Deus.
A Missão da Igreja Peregrina, fundada na Trindade Santa, tem na Virgem Maria a plenitude dessa experiência: Vida de Oração; Realização da Vontade de Deus (“Fiat mihi secundum verbum tuum” = Faça-se em mim segundo a Tua Palavra”); Solidariedade (com a necessidade da família de Ana, Joaquim e João Batista); Silenciar quando é preciso, contemplar; e, conformar-se ao desejo de Deus. É interessante observar que, são dois os fenômenos extraordinários relatados nas Sagradas Escrituras (Lucas 1), em um intervalo de 6 meses.
“Não temas, Zacarias, porque foi ouvida a tua oração: Isabel, tua mulher, vai dar-te um filho, e tu o chamarás João. Desde o ventre de sua mãe será cheio do Espírito Santo” (profecia realizada com a chegada de Jesus no ventre da Virgem Maria). É dito também sobre a Missão de João Batista, como Peregrino de Esperança, “ele converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor, seu Deus, e irá adiante de Deus com o “espírito e poder” de Elias para reconduzir os corações dos pais aos filhos e os rebeldes à Sabedoria dos justos, para preparar ao Senhor um povo bem disposto”.
A Realidade Trinitária é um processo sempre dinâmico, pessoal e comunitário, de cuidado, de sinodalidade, como peregrinos de Esperança. Como vimos, a Virgem Maria é modelo de vivência dessa realidade, a sua solidariedade é encantadora; ao saber que sua prima estava grávida, certamente pensou nos preconceitos que a assolavam, por ser de idade avançada”, os medos, inseguranças; mesmo assim, sua resposta foi: “Naqueles dias, Maria se levantou e foi às pressas às montanhas, a uma cidade de Judá”.
O Espírito Santo está sempre agindo, naqueles que permitem a abertura de coração às realidades do Caminho. Tudo indica a possibilidade de a Sagrada Família (Jesus no ventre, Maria e José) ter organizado “Naqueles dias” a viagem, uma vez que, a distância era de aproximadamente 150 km (de Nazaré, na Galileia, até Ain Karin, na Judeia) e o Amor incondicional de José, pela Virgem, não permitiria que ela fosse sozinha e colocasse em risco a gravidez; uma preparação “às pressas” dada a urgência da ação solidária e fraterna, do Amor exigente.
O Amor exigente, sugere também um planejamento nas questões catequéticas, referentes à evangelização, ao anúncio da Boa Nova, deve considerar as relações interpessoais como pressupostos; pois, é a partir do colóquio, com Deus, Uno e Trino, com o outro, é que se pode contribuir com a comprometida Ação participativa e solidária, no Mistério Revelado, seja na Vida da Igreja, no fazer teológico. É preciso clamar aos céus, para que cresça em nós a Fé de Jesus Cristo e sermos transformados por Ele, em Amor e em Verdade.
Que se realize em nós a Profecia do “transplante”, (Ezequiel 36), do transplante de nosso coração de peregrino, “Eu vos darei um coração novo e em vós porei um espírito novo; tirarei do vosso peito o coração de pedra e vos darei um coração de carne. Dentro de vós colocarei meu Espírito, fazendo com que obedeçam às Minhas Leis e sigais e observem os meus preceitos”, na vivência litúrgica, na convivência cristã, na sinodalidade e formação continuada.
“A divina bondade não só não rejeita as almas arrependidas, como também vai em busca das almas teimosas”, Padre Pio. Até o dia, em que seremos reconduzidos, com toda a criação, na Eterna Doxologia, enxertados no Coração Eucarístico, “por Cristo, com Cristo e em Cristo” devotarmos a Deus Pai todo-poderoso, na unidade do Espírito Santo, toda Honra e toda a grandeza, agora e por todos os séculos dos séculos.
“Que a luz da Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt, ilumine os passos de todos os peregrinos de Esperança. Que neste Ano Santo (2025), possamos crescer na Fé de Jesus Cristo, na Missão e no Amor ao próximo, com a confiança de que estamos sendo guiados pelas mãos maternas de Maria. Que as bênçãos deste Jubileu nos renovem no espírito, nos inspirem a levar, cada vez mais, a luz do Evangelho e a presença de Nossa Senhora a todos os lares e corações. Com a Mãe Peregrina, Missionários de Esperança!” Assim seja!