Milhares de adolescentes, vindos da Itália e do mundo inteiro para o Jubileu dos Adolescentes e para homenagear o Papa Francisco, reuniram-se na tarde de sexta-feira (25) nas escadarias da Igreja dos Santos Pedro e Paulo, para viver um momento de oração, canto e meditação, através de 7 estações, presididas pelo Arcebispo Fisichella. Uma ocasião para dirigir um pensamento ao Pontífice que parte para a vida eterna. Pe. Tellan: nós os ajudamos a entender qual é o caminho de “lar”.
Vatican News
“Queridos jovens, queremos viver a felicidade de celebrar o Jubileu dos Adolescentes, refazendo algumas das etapas da Via Lucis: o caminho do Cristo Ressuscitado junto com seus discípulos. Nossa vida é cheia de alegrias e tristezas, perguntas e questionamentos, mas também de expectativas e esperanças. Hoje, mais do que nunca, o mundo – como já afirmou São Paulo VI – precisa mais de testemunhas do que de professores. É por isso que queremos nos colocar em um espírito de oração, dando voz às testemunhas oculares da ressurreição, para que o Espírito do Ressuscitado confirme a nossa fé, fortaleça a nossa esperança e inflame os nossos corações com Seu amor”. Com essas palavras, o arcebispo Rino Fisichella, pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização, acolheu as dezenas de milhares de jovens que chegaram a Roma para o Jubileu dos Adolescentes. Às 18 horas, todos se reuniram nas Escadarias da Igreja dos Santos Pedro e Paulo, em Roma, para viver o primeiro evento do Jubileu: a Via Lucis, uma iniciativa de oração nascida em 1988 no seio da família salesiana e vivida como experiência pela primeira vez em 1990, nas Catacumbas de São Calisto, em Roma.
Na oitava de Páscoa, os adolescentes da Itália e de todo o mundo são, portanto, acompanhados no clima da Ressurreição através da oração em sete estações (e não nas 14 canônicas) com a leitura de uma passagem do Evangelho, uma parte de oração coral e uma terceira parte recitada por 4-5 jovens. Uma oportunidade de recordar a vida de Jesus e dirigir um pensamento ao Papa Francisco na perspectiva da Ressurreição e da vida eterna.
Cantos, orações, meditações
Partindo da Praça São Pedro, onde muitos se dirigiram à Basílica do Vaticano para o velório do Papa, de ônibus e transporte público, a multidão de jovens foi para a praça da famosa igreja dedicada aos dois santos padroeiros de Roma. Agitaram bandeiras, cantaram com o coral da Diocese de Roma e, principalmente, rezaram em um momento tão especial na vida da Igreja universal. Um grupo de teatro juvenil leu as passagens das sete estações e meditações, tiradas do Evangelho e dos Atos dos Apóstolos. Com a música de fundo, o ícone da Virgem foi entronizado e foi cantada a inesquecível música da JMJ de 2000, Jesus Christ you are my life.
“A Via Lucis, retomando as etapas da Via-Sacra quaresmal, no Tempo Pascal recorda os encontros de Jesus ressuscitado com as testemunhas oculares da ressurreição, desde o dia de Páscoa até Pentecostes”, explica padre Massimo Tellan, pároco romano que organizou o momento de oração. Autor dos vários textos, o padre explica que, enquanto escrevia, “pensei no que um jovem de hoje perguntaria ao achar as testemunhas da ressurreição. Os dois jovens que atuam na narração estavam a caminho de Roma para vivenciar o Jubileu, mas por uma brincadeira do aplicativo foram catapultados para o passado, para 2000 anos atrás, logo após a ressurreição de Jesus. Esses dois adolescentes encontram Santa Maria Madalena, São Tomé, São João, São Pedro e muitos outros, que os ajudam em sua tentativa de achar o caminho de volta para Roma. Aqui, o que os adolescentes podem descobrir é que as testemunhas que eles encontram não lhes mostram o caminho de volta para seu próprio tempo, mas antes disso os ajudam a entender qual é o caminho de volta para lar”.
Viver a dor com esperança
Assim como o Círio Pascal esteve presente ao lado do caixão do Papa Francisco na última quarta-feira durante a transladação para a Basílica, o mesmo Círio é o protagonista da Via Lucis e da sua chama foram acesas sete tochas. “Para nós, crentes, um funeral é um acompanhamento rumo a lar do Pai”, explica padre Massimo, “e poder rezar com essa perspectiva ajuda os jovens a ver esse momento de transição e dor à luz da Esperança que não decepciona, que é o próprio Cristo”.