Em seu discurso proferido no âmbito do Concerto de Natal, realizado na Sala Paulo VI, o Papa sublinhou que “a música é um caminho privilegiado para compreender a altíssima dignidade do ser humano e para confirmá-lo em sua vocação mais autêntica”. Saudou “com esperança o nascimento do Observatório sobre a desigualdade e o acesso universal à educação”, e disse que “no mundo, de fato, milhões de meninos e meninas estão excluídos de qualquer trajeto de escolarização”.
Thulio Fonseca/Mariangela Jaguraba – Vatican News
O Papa Leão XIV participou do Concerto de Natal, nesta sexta-feira (12/12), na Sala Paulo VI, no Vaticano, dirigido pelo maestro italiano Riccardo Muti, a quem foi atribuído o Prêmio Ratzinger, como “sinal de apreço por uma vida inteiramente consagrada à música, lugar de disciplina e de revelação”, disse o Pontífice em seu discurso aos participantes do evento.
O Santo Padre citou Santo Agostinho, que em seu tratado sobre a música, a chama de “scientia bene modulandi, relacionando-a à arte de guiar o coração para Deus”. “A música é um caminho privilegiado para compreender a altíssima dignidade do ser humano e para confirmá-lo em sua vocação mais autêntica“, frisou o Papa.
Bento XIV: na música buscava a voz de Deus no universo
Leão XIV agradeceu às instituições que promoveram a iniciativa – o Dicastério para a Cultura e a Educação e a Fundação Pontifícia Gravissimum Educationis – e a todos aqueles que, de diversos modos, tornaram possível a realização do concerto.
Dirigindo-se ao maestro Riccardo Muti, o Santo Padre lembrou o Papa Bento XVI que “gostava de recordar que «a verdadeira beleza fere, abre o coração, o dilata», e na música buscava a voz de Deus no universo”. Recordou também que Bento XIV participou das execuções do maestro, na Sala Paulo VI, onde lhe entregou a Grã-Cruz de São Gregório Magno.
Harmonizar, manter unidas as diferenças
De acordo com Leão XIV, “essa responsabilidade ética da arte musical foi bem ilustrada” pelo Papa Francisco, “que amava a música e a escutava com gosto espiritual”. Em um de seus discursos, Francisco disse que a música «dá a quem a cultiva um olhar sábio e sereno, com o qual se superam mais facilmente divisões e antagonismos, para ser – exatamente como os instrumentos de uma orquestra ou as vozes de um coro – em acordo, para vigiar sobre as desafinações e corrigir as dissonâncias, que também são úteis para a dinâmica da composição, desde que integradas em um tecido harmônico sábio».
Uma centelha da presença de Deus
“Maestro Muti, seu modo de interpretar a direção, arte da escuta e da responsabilidade, encontra correspondência também em sua inclinação natural para a formação. Isso é demonstrado pelo seu vínculo com os conservatórios italianos e pela prática dos “ensaios abertos”, oferecidos como forma de partilha, onde cada gesto é um ato de confiança, um convite mais do que um comando”, disse o Papa Leão.
Exclusão do trajeto de escolarização
A seguir, Leão XIV agradeceu a Orquestra Juvenil “Luigi Cherubini”, “cujo envolvimento tornou possível dar voz ao talento e à criatividade juvenil, e ao Coro “Guido Chigi Saracini” da Catedral de Siena”.
Ter a educação dos jovens no coração
O Papa saudou “com esperança o nascimento do Observatório sobre a desigualdade e o acesso universal à educação, anunciado por ocasião do recente Jubileu do Mundo Educativo”. Disse que o “Dicastério para a Cultura e a Educação está reunindo em torno desse projeto todos os que têm a educação dos jovens no coração, começando pela Galileo Foundation, que manifestou sua adesão por meio do apoio a esta noite e aos projetos educativos da Fundação Gravissimum Educationis”.
“Na iminência do Santo Natal, renovo o convite a perseverarmos na oração para que Deus nos conceda o dom da paz”, concluiu o Papa.
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Concerto de Natal, na Sala Paulo VI, dirigido pelo maestro italiano Riccardo Muti



