Leitura Orante da Bíblia – Parte 08

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A Leitura Orante da Bíblia só servirá se nos ajudar a mudar de vida. “Qual é a conversão da mente, do coração e da vida que o Senhor me pede?” (VD 86) “Há que recordar ainda que a Leitura Orante não está concluída, na sua dinâmica, enquanto não chegar à ação que impele a existência do fiel a doar-se aos outros na caridade. Deve-se evitar o risco de uma abordagem individualista, tendo presente que a Palavra de Deus nos é dada precisamente para construir comunhão, para nos unir na verdade do nosso caminho para Deus. Por isso, o Texto Sagrado deve se abordar sempre na comunhão eclesial, isto é, com todas as testemunhas desta Palavra, a começar dos primeiros Padres até aos Santos de hoje e ao Magistério atual” (VD 87).

A Leitura Orante deve ser essencial na vida do cristão, sobretudo, daquele que anuncia a Palavra de Deus. Por isso, precisamos ser perseverantes na prática da Lectio Divina e fazê-la diariamente. Devo alimentar a minha sede de Deus todos os dias! A cada encontro, uma nova experiência! Mesmo quando não quero fazer a Leitura Orante, devo vencer as minhas resistências internas e reencontrar Deus em sua Palavra. A cada dia serei transformado num discípulo novo que acolhe e pratica a Palavra do Senhor. “Toda manhã Ele faz meus ouvidos ficar atentos para que eu possa ouvir como discípulo” (Is 50, 4).

Falando da importância da Palavra de Deus como alimento da vida espiritual, diz o Concílio Vaticano II: “A leitura da Sagrada Escritura deve ser acompanhada da oração, a fim de que possa desenvolver-se em colóquio entre Deus e o homem; pois que quando rezamos, falamos com Deus; escutamo-lo, quando lemos os oráculos divinos” (DV 25). Serve a leitura de iniciação, ponto de partida para o colóquio interior: a palavra escrita torna-se então palavra viva que Deus mesmo ilumina no fundo do espírito recolhido, dando-lhe a compreender o sentido e as aplicações práticas na vida cotidiana. Assim, da leitura passa o orante à atitude de Maria de Betânia “que, sentada aos pés de Jesus, ouvia sua palavra” (Lc 10, 39). Trata-se da atenção amorosa que Jesus definiu a “única coisa necessária” e “a melhor parte” (Lc 10, 42), entendo dizer que vale mais uma hora a ouvir a palavra de vida eterna que mil ocupações materiais.

Espontaneamente, depois de ouvir, entra o fiel em oração, que é sua resposta à Palavra e à luz do Senhor: é adesão, aceitação, abandono, ímpeto de amor para com Deus, renovado fervor no seu serviço, bons propósitos, ação de graças. A Sagrada Escritura e, particularmente, o Evangelho, as orações do Missal e a Liturgia das Horas oferecem os mais belos e eficazes temas de meditação, justamente por serem palavra de Deus e palavra da Igreja.

(8ª Parte do Artigo de Dom Félix sobre a Leitura Orante da Bíblia)

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