As cerimônias em tempos de Covid-19 estão restritas a poucas pessoas dentro das capelas ou Igrejas, mas compartilhadas com o mundo através das redes sociais. “Padre, reze pelo meu filho que está em Gênova, reze pelo meu filho que está na Itália”, conta Pe. Valter Girelli, sobre as intenções de oração recebidas nos comentários do Facebook, durante a missa que lembrou da situação vivida no país europeu.
Andressa Collet – Cidade do Vaticano
O Papa Francisco tem agradecido todos aqueles que estão trabalhando e atuando à serviço de quem mais precisa durante este período de pandemia do coronavírus. Aos sacerdotes, além do zelo apostólico, o agradecimento pela criatividade dos padres para que os fiéis se sintam próximos, mesmo que distantes fisicamente, neste período: são pessoas que “pensam mil maneiras de estar próximos do povo, para que o povo não se sinta abandonado”, disse o Pontífice.
Paróquias do mundo inteiro têm se encorajado a usar as redes sociais para transmitir as celebrações eucarísticas, inclusive com intenções que ultrapassam as fronteiras. O reitor do Santuário Nossa Senhora de Fátima no interior do Rio Grande do Sul, Pe. Valter Girelli, contou que uma das missas diárias transmitidas ao vivo pela página no Facebook foi em solidariedade à Itália e aos brasileiros que moram no país, ainda o mais afetado em número de vítimas fatais pelo Covid-19 na Europa:
“Nós fizemos esta missa lembrando carinhosamente da Itália pelo fato, que ainda continua sendo, uma das nações mais severamente atacada por esse vírus e porque também a maioria da nossa população vem de descendência italiana: primeiro veio o terço, a missa, depois uma estrofe do “Merica Merica”, depois entraram as bandeiras do Brasil, da Itália e também lá da região do Vêneto. Enquanto nós transmitíamos a missa ao vivo, várias pessoas diziam: ‘Padre, reze pelo meu filho que está em Gênova, reze pelo meu filho que está na Itália… Foi uma coisa muito bonita e emocionante para nós aqui.”
De fato, a cidade de Erechim, onde se encontra o santuário, hoje conta com mais de 100 mil habitantes, mas, em 1926, tinha apenas 1.500 – dos quais, 90% era de descendência italiana e da região do Vêneto. A intenção de oração foi um pedido da Fainors, a Federação das Associações Italianas do Norte do estado. A missa uniu os países na fé, e o hino oficial da colonização italiana no Rio Grande do Sul, os corações das famílias.