Moçambique – Save the Children: 30 mil crianças deslocadas

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Nas últimas duas semanas, mais de trinta mil crianças, algumas separadas das próprias famílias, fugiram de uma nova vaga de violência na Província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique. Este é um dos maiores mais elevados de deslocados registrados em tão pouco tempo – informa a organização Save the Children num comunicado.

Vatican News 

A escalada de violência, iniciada a 20 de julho findo, levou à deslocação de quase 60.000 pessoas, cerca de metade – calcula-se – crianças, podendo este número aumentar ulteriormente.

O distrito de Chiúre, em Cabo Delgado, tem sido o mais afetado pela violência de grupos armados, o que causou pânico e deslocamento de populações. Grupos armados atacaram casas, delegacias de polícia, escolas e centros de saúde em várias aldeias da província. Há também notícias de saques de medicamentos. Muitas famílias deslocadas se refugiaram em escolas ou em lar doutros familiares que os acolheram. Nesses abrigos temporários, o risco de superlotação, o acesso limitado a serviços básicos e as preocupações com a segurança aumentam diariamente.

Crianças deslocadas, especialmente as separadas dos pais ou responsáveis, correm maior risco de violência, exploração, abusos como casamento precoce e recrutamento por grupos armados.

Segundo o comunicado, Save the Children está presente em Cabo Delgado, onde tem procurado prestar assistência às crianças, não obstante a falta de recursos. Crianças separadas das próprias famílias são particularmente vulneráveis e a organização está a fazer todo o possível para identificá-las e reuni-las com as suas famílias o mais ligeiro possível”, disse Ilária Manunza, Diretora da Save the Children, em Moçambique.

“Estes últimos ataques representam um sério retrocesso nos esforços por reconstruir a vida de crianças e famílias em Cabo Delgado. Essas crianças tiveram que viver os últimos oito anos no meio de um conflito que precisa de ser interrompido imediatamente para que possam recuperar a infância”, concluiu Ilária Manunza.

Entrado agora no seu oitavo ano e sem fim à vista, o conflito em Cabo Delgado teve um impacto devastador sobre as crianças que vivem na área afetada. Há relatos repetidos de decapitações e sequestros na província, e muitas das vítimas são menores.

O conflito em curso levou a deslocamentos em massa e à debilitação da infraestrutura, dificultando o acesso a serviços básicos como água potável, educação, saneamento e saúde. A desnutrição também é uma preocupação concreta, visto que muitas crianças sofrem de insegurança alimentar nesta situação dramática.

A Save the Children atua em Moçambique desde 1986, prestando apoio a crianças através de programas humanitários e de desenvolvimento. A organização colabora com as comunidades locais e parceiros, bem como com o governo, para elaborar e implementar programas que atendam às necessidades das crianças mais vulneráveis. 

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