Na Tanzânia, o projeto “Kujenga Amani” para construir a paz

0

No país do leste africano, a ONG italiana Cefa, da rede Focsiv, criou um plano de formação para jornalistas, blogueiros e rádios locais para lançar campanhas em prol do colóquio e da não violência.

Vincenzo Giardina – Vatican News

Em suaíli, Kujenga amani significa “construir a paz”: um compromisso a longo prazo na Tanzânia, um país da África Oriental afetado por tensões que também são resultado de oportunidades perdidas ou promessas de bem-estar não cumpridas. “Aqui na capital econômica Dar es Salaam, foram realizados dois dias de formação envolvendo jornalistas, blogueiros, influenciadores e rádios locais, capazes de dar vida a campanhas midiáticas em favor do colóquio e da não violência”, conta Leonardo Luca Vignini, representante do Cefa (Comitê Europeu para a Formação e Agricultura), ONG italiana que faz parte da rede Focsiv, a Federação das Organizações Voluntárias Internacionais de Inspiração Cristã. “As campanhas terão duração de dois ou três meses, circularão por rádio, internet e redes sociais, com foco nos distritos costeiros de Tanga e Mtwara, na fronteira com o Quênia e Moçambique, regiões negligenciadas política e economicamente e, portanto, potencialmente mais vulneráveis.” Participarão blogueiros e influenciadores com audiência local e nacional, como Aluwa Mkilindi, Betina Contine e Asha Mwijuma. Entre as emissoras envolvidas, com forte presença no território, estão Kunani Fm, Care Fm e Radio Newala.

As “caravanas da paz”

A iniciativa faz parte de um caminho mais amplo que já promoveu “caravanas da paz” com encontros em escolas, torneios de futebol, alianças com organizações da sociedade civil e diálogos com líderes religiosos locais. Um caminho também realizado na fronteira com Moçambique e na província de Cabo Delgado, imediatamente além da fronteira, rica em hidrocarbonetos, mas refém de um conflito armado há mais de sete anos. Dario De Nicola, coordenador do Cefa para a Tanzânia, foca no contexto regional: «O projeto chama-se Kujenga Amani porque diz respeito a vários pontos da chamada Costa Suaíli, língua transnacional falada também em Moçambique e no QuIenia, que também têm sido tocados por iniciativas de sensibilização em prol da paz».

Promover o colóquio

A iniciativa conta com o apoio da União Europeia, tem um horizonte temporal de 36 meses e é concretizado em aliança com ativistas e representantes da sociedade civil local, especialmente jovens e mulheres. Os parceiros incluem a Agência para a Construção da Paz, a Fundação Global Religions for Children, as Mulheres Muçulmanas para o Avanço dos Direitos e Proteção, a Agenda Jovem Samba Sport e Muleide. O objetivo comum é promover o colóquio em áreas que há muito tempo estão marginalizadas e onde, particularmente em Mtwara, a descoberta de campos de gás natural ainda não se traduziu em oportunidades de emprego e bem-estar. Segundo Aluwa Mkilindi, influenciadora na linha de frente contra a violência de gênero, participante da formação em Dar es Salaam, o jornalismo e a comunicação são fundamentais: «Precisamos valorizar — esta é a sua mensagem — narrativas que se concentrem no que é bom e não apenas em histórias que viram notícia e alimentam medos».

Fonte

Escreva abaixo seu comentário.

Por favor escreva um comentário
Por favor insira o seu nome aqui