Prelados da Nigéria protestaram, domingo 1 de Março, pelas ruas de Abuja, capital do país, em nome dos cerca de cem milhões de nigerianos de fé cristã, metade dos quais católicos contra as violências de Boko Haram.
Dulce Araújo – Cidade do Vaticano
À cabeça do cortejo, estava o Presidente da Conferência Episcopal, D. Augustine Akubueza, que acusou o Governo Federal da Nigéria de não garantir suficientemente a segurança da população, de modo particular os cristãos, perante o multiplicar-se de actos de violência da parte de grupos extremistas de Boko Haram.
O arcebispo fez-se porta-voz dos nigerianos cansados das afirmações do gGverno que continua a propalar a derrota dos terroristas. “O assassínio dos filhos de Deus é mau; a não protecção de pessoas inocentes de ataques é má; a não persecução dos terroristas é má” – disse o Bispo que continuou:
Não podemi fingir que tudo está bem
“Há demasiadas sepulturas de massa, demasiados raptos, invasões de casas, de pessoas, de lugares sagrados como igrejas, mesquitas, seminários”. Ele sublinhou ainda que o silêncio equivale a uma aprovação destes actos delituosos.
“Não podemos fingir que tudo está bem na Nigéria” – frisou por seu lado o arcebispo Ignatius Kaigama, na homilia da Missa de abertura da Assembleia plenária dos Bispos nigerianos que precedeu o protesto de rua. Possam as nossas orações – disse – varrer o mal que assola a nossa terra, banhada pelo sangue de cidadãos inocentes.
Precisamos de ter acesso aos nossos líderes (Presidente e vice-Presidente). Precisamos de trabalhar juntos para erradicar a pobreza, as matanças, a má governação e todos os desafios da nação nigeriana, disse D. Kaigama, citado pela Agencia noticiosa, Naija.
Sacerdote raptado domingo já foi libertado
Entretanto, há notícias de que um sacerdote raptado domingo 1 de Março já foi libertado – informou a sua Diocese que agradeceu pelas orações por esta causa.
O sacerdote raptado o P. Davide Echioda, da Diocese de Otupko, no Estado de Bénue, centro do país. Ele trabalha no Seminário Menor de Ochobo, Mas no domingo, tinha-se deslocado a uma outra região para celebrar a Missa e ao regressar ao Seminário na parte da tarde fora atacado por alguns homens armados que o raptaram.