Renzo Trujillo Díaz compartilha com o Vatican News a sua experiência na Escola de Verão da “Specola Vaticana”, o Observatório Astronômico do Vaticano, realizada em junho em Castel Gandolfo. O encontro com o Papa Leão XIV “foi um momento bastante emocionante”, disse o jovem peruano. Eram 24 jovens astrônomos, representando 22 países, que analisaram as descobertas dos três primeiros anos do telescópio espacial James Webb, inaugurado no Natal de 2021.
Johan Pacheco – Vatican News
“A Escola de Verão do Observatório Vaticano não só ofereceu um programa acadêmico de altíssimo nível, mas também um ambiente humano que promoveu a amizade, a colaboração e o intercâmbio cultural”, compartilhou com a Rádio Vaticano o jovem astrônomo peruano Renzo Trujillo Díaz, que participou de 1º a 27 de junho da Escola de Verão do Observatório Astronômico do Vaticano, na qual estiveram presentes 24 jovens de 21 países. “Um dos aspectos mais valiosos foi também a oportunidade de conviver com os outros estudantes através de atividades e viagens organizadas. Pois essa escola, em particular, é bastante especial em comparação com as outras. E isso também nos permitiu nos conhecer melhor, formar laços e partilhar não só conhecimentos, mas também histórias de vida”, disse Renzo Trujillo, partilhando a experiência que viveu em Castel Gandolfo.
A Escola de Verão de 2025
“Os temas abordados são fundamentais para a astronomia moderna. São temas como a evolução das galáxias”, explica Trujillo, “a formação das estrelas e os sistemas planetários. Em especial, a escola deste ano, teve dois temas principais que foram as galáxias e os exoplanetas. Mas tudo girava em torno da análise dos dados do telescópio James Webb, os primeiros três anos de observação que o telescópio conseguiu fazer”. “Pessoalmente, me senti especialmente atraído pelo estudo dos exoplanetas, já que minha própria pesquisa se dedicou à análise de estrelas semelhantes ao Sol, chamadas de gêmeas solares, que são precisamente candidatas ideais para abrigar planetas potencialmente habitáveis”, explicou o jovem graduado pela Universidade Nacional Maior de San Marcos, no Peru.
O jovem astrônomo também destacou a importância da relação entre a ciência e a fé que, “embora sigam caminhos um pouco diferentes, compartilham o mesmo objetivo, que é a busca da verdade. E isso, como pesquisador, me inspira a não perder de vista o sentido humano e ético do meu trabalho”, comentou ele.
O encontro com Leão XIV
Recordando a audiência com o Papa Leão XIV, em 16 de junho, ele disse que “foi um momento bastante emocionante e íntimo para mim. Fiquei profundamente feliz que o Santo Padre conhecesse o lugar de onde venho”, diz Renzo Trujillo, acrescentando que “naquele momento senti uma conexão muito especial”. E “a cordialidade, a atenção e o fato de o Santo Padre ter falado diretamente conosco, jovens cientistas, foi algo que sempre levarei comigo e será algo especial”, complentou o peruano.
Renzo Trujillo comentou ainda que as palavras do Papa Leão XIV para a ocasião lhe “lembraram que a ciência não é um fim em si mesma, nem algo que fazemos apenas para nós mesmos ou para nossos currículos, para publicações, mas é um serviço ao bem comum. Isso também se baseia no fato de que nosso trabalho de investigação também se constrói sobre os alicerces estabelecidos por aqueles que vieram antes de nós. Não chegamos a isso sozinhos. Cada dado, cada artigo, cada avanço que fazemos é um pequeno elo em uma cadeia de colaboração humana”.
“A mensagem do Papa reafirmou – para mim – a importância dessa humildade científica, de reconhecer que a busca pelo conhecimento é também uma forma de entrega aos outros”, concluiu Renzo Trujillo Díaz, agradecendo também àqueles que o ajudaram em sua formação e em sua participação na edição de 2025 da Escola de Verão da “Specola Vaticana”, o Observatório Astronômico do Vaticano.