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Realizou-se de 9 a 12 de fevereiro e teve como objetivo conhecer a literatura africana em todas as suas facetas, fazer com que chegue a um público mais vasto e promover o intercâmbio entre a África do Norte e a África Subsaariana, abordando mesmo temas incómodos como o racismo e a escravatura. É o FLAM, Festival do Livro Africano de Marraquexe. O artista marroquino, Mahi Binebine, coorganizador está satisfeito com esta primeira edição.
Dulce Araújo – Vatican News
A génese deste Festival está na necessidade de estabelecer um colóquio entre a África do Norte e a África subsaariana, colóquio dificultado até hoje por diversos fatores, entre os quais, o passado esclavagista a que o mundo árabe não escapou – explica Mahi Binebine, escritor, pintor, escultor, à cabeça da organização do FLAM.
Satisfeito com esta primeira edição em que diz “falamos de tudo”, está já a pensar na segunda edição nos mesmo moldes: fezê-la na mesma data e em colaboração com a “Feira de Arte contemporânea Africana” por forma a ter nos debates escritores e artistas plásticos. Desta vez, foram ao todo 47 idos de várias partes do continente e da diáspora. Faltaram os da África de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), mas Mahi Binebine garante que não hão de ficar de fora da próxima edição.
Evento de grande relevo, o FLAM não podia não ser tomado em consideração pela emissão semanal do Programa Português (África) da Rádio Vaticano, que trás aqui não só a entrevista com o jovial Mahi Binebine, mas também a crónica do poeta, ensaísta e editor (Rosa de Porcelana Editora), Filinto Elísio que, habituado aos caminhos literários e a Festivais de Literatura, enquadra o fenómeno FLAM na dinâmica da África literária auspiciando que se federe com “alguns outros festivais literários do Continente Africano, todos empenhados na criação de um cânone universal da literatura, onde a África não seja marginalizadas“.
Não perca nem a entrevista, nem a crónica.
De salientar que nos dias 8,9 e 10 de março o Festival de Literatura-Mundo do Sal (Cabo Verde) organizado por Filinto Elísio e Márcia Souto, terá uma extensão em Itália, com sessões nas Universidades de Roma Tre, de Florença e de Milão. Em foco estarão, particularmente as literaturas de Angola e de Cabo Verde, assim como seminários sobre a literatura-mundo.

