O Papa ao Fórum dos Povos Indígenas: “Reconhecer o valor dos povos originários”

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Em sua mensagem, Francisco faz um forte apelo em favor dos direitos das populações indígenas. Pontífice chama a atenção para “o aumento do acúmulo das terras de cultivo por parte de empresas multinacionais, os grandes investidores e os Estados”, que define como “práticas que produzem danos, ameaçando o direito a uma vida digna das comunidades”.

Victor Hugo Barros – Cidade do Vaticano

O Papa Francisco enviou uma mensagem aos organizadores e participantes da VII Reunião do Fórum dos Povos Indígenas, nesta segunda-feira (10/02). O encontro, que acontece em Roma, na sede do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), reflete sobre os direitos dos povos indígenas. De 10 a 11 de fevereiro, representantes dos povos compartilham suas prioridades e expressam suas preocupações sobre a vida em suas comunidades. Por meio de sua missiva, o pontífice também faz eco ao clamor destes povos, unindo sua voz em favor dos direitos das populações indígenas.

“Faço votos para que seja um espaço significativo de debate, estudo e reflexão sobre as prioridades, preocupações e justas aspirações das comunidades originárias”, escreveu o Papa.

Nesta edição, o Fórum tem como tema: O direito dos povos indígenas à livre determinação: um caminho para a segurança e a soberania alimentares. Para o pontífice, a temática “nos chama a reconhecer o valor dos povos originários, assim como a herança ancestral de conhecimentos e práticas que enriquecem positivamente a grande família humana colorindo-a com as características de suas tradições”.

Francisco afirma que “a defesa do direito a preservar a própria cultura e a identidade passa necessariamente pelo reconhecimento do valor de sua contribuição para a sociedade e para salvaguardar sua existência e a dos recursos naturais de que necessitam para viver”.

O Santo Padre chama a atenção para “o aumento do acúmulo das terras de cultivo por parte de empresas multinacionais, os grandes investidores e os Estados”. O pontífice sublinha que estas “são práticas que produzem danos, ameaçando o direito a uma vida digna das comunidades”.

A preocupação de Francisco tem fundamento. Em 2024, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o fogo nas terras indígenas brasileiras foi o maior já registrado em mais de 20 anos. De acordo com especialistas e o Governo, as ações humanas, sobretudo o garimpo,  impulsionaram os números do ano passado.

“proteger, pois, estes direitos não é somente uma questão de justiça, mas também a garantia de um porvir sustentável para todos. Animados pelo sentido de pertença a família humana podemos conseguir que as gerações futuras gozem de um mundo em consonância com a beleza e a bondade que guiaram as mãos de Deus ao criá-lo”, escreveu o Santo Padre.

Finalizando sua mensagem, Francisco suplicou “a Deus todo poderoso que estes esforços sejam frutíferos e sirvam de inspiração aos responsáveis das nações, de maneira que se tomem as medidas adequadas para que a família humana caminhe unida a realização do bem comum, para que ninguém seja excluído ou deixado para trás”.

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