Francisco envia uma carta ao bispo de Tallinn, Philippe Jourdan, no 100º aniversário da criação da Administração Apostólica da Estônia: “Este aniversário comemora a esperança inabalável e a confiança em Deus durante décadas de sofrimento, ocupação e opressão”. O Pontífice recorda o arcebispo jesuíta Profittlich, vítima da perseguição soviética: a força de espírito em permanecer junto ao rebanho, até o ponto de derramar sangue, semeou sementes que ainda hoje dão frutos.
Vatican News
Com a recordação de sua viagem apostólica em 2018, mas com o olhar aos eventos da atualidade e à “guerra atual na Europa”, que é “uma fonte de profunda angústia e ecoa tragicamente os momentos mais sombrios do passado”, o Papa Francisco exorta os católicos da Estônia a “construir uma sociedade enraizada na paz, na justiça, na solidariedade e na dignidade de toda pessoa humana”. E, ao mesmo tempo, a colaborar “cada vez mais com os homens e mulheres de outras denominações cristãs para dar um testemunho unido das promessas de Deus”. O mandato para todos os crentes do país do Leste Europeu, o escreveu o Pontífice em uma carta dirigida ao bispo de Tallinn, dom Philippe Jourdan, por ocasião do centenário da criação da Administração Apostólica da Estônia, recentemente elevada à categoria de Diocese.
Fidelidade à fé
Um aniversário que é um “marco” na história do país e que, enfatizou Francisco, “assinala um século de inabalável fidelidade à fé católica, que permitiu a esta pequena mas vibrante Igreja ser uma fonte de compaixão e alimento espiritual para inúmeros homens e mulheres em toda a nação”. Ao mesmo tempo, o aniversário “comemora a esperança inabalável e a confiança no Senhor durante décadas de sofrimento, ocupação e opressão”, diz o Papa.
Testemunho do arcebispo Profittlich
Refletindo sobre o século passado, o Bispo de Roma expressa gratidão “pelo exemplo de fé” oferecido pelos “corajosos e resilientes ancestrais que foram fundamentais para nutrir e sustentar a comunidade católica na Estônia”. Em particular, o Papa menciona o servo de Deus Eduard Profittlich, um jesuíta alemão e arcebispo católico naturalizado estoniano, administrador apostólico da Estônia e vítima da perseguição soviética. Seu testemunho e sua “força de espírito em permanecer perto de seu rebanho, mesmo a ponto de derramar seu sangue, semearam sementes que ainda estão dando frutos hoje”, enfatizou Francisco na missiva. “Que o testemunho dele seja sempre uma fonte de inspiração para vocês e os lembre de que até mesmo a menor planta, o menor gesto e a mais humilde oferta podem crescer muito além de suas origens humildes para produzir uma rica colheita.”
Zelo pela evangelização entre os jovens
O Papa Francisco continuou dizendo que está confiante de que “esse admirável legado de fé e caridade que caracteriza sua diocese encorajará a atual geração de sacerdotes, religiosos e fiéis leigos a continuar a crescer em um alegre discipulado missionário enquanto olham para o porvir”. De fato, a esperança do Papa é que o centenário seja “uma ocasião de renovação espiritual em sua terra, acendendo um senso renovado de zelo pela evangelização, especialmente entre os jovens”, de modo a torná-los “mais efetivamente capazes de proclamar a mensagem de amor, misericórdia e reconciliação de Deus, levando assim a luz de Jesus e o poder libertador do Evangelho a muitos homens e mulheres de hoje que nem mesmo acreditam em Deus”.
Estendendo a mão aos refugiados
“Que o Espírito Santo”, escreve o Papa na conclusão da carta, ‘os guie para que sejam um sinal eloquente da confiança contínua na providência de Deus e levem os cristãos estonianos, juntamente com todas as pessoas de boa vontade, a estender a mão da amizade aos refugiados e aos mais vulneráveis de nossos irmãos e irmãs’. Por isso, a oração para que Deus “continue a acompanhá-los, clérigos, religiosos e fiéis leigos da Igreja na Estônia, ao embarcarem no próximo capítulo de sua caminhada cheia de fé, esperança e amor”.