Os Papas e as orações pela paz na escuridão do mundo

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Ao final da Audiência Geral, Leão XIV anunciou uma oração na Praça São Pedro para o dia 11 de outubro. O Pontífice dá continuidade à tradição iniciada por seus predecessores, que, em momentos difíceis da história da humanidade, convidaram a rezar fortemente o Terço, confiando o sofrimento da humanidade à Virgem Maria.

Benedetta Capelli – Vatican News

Rezar “pessoalmente, em família, em comunidade, juntos”, em 11 de outubro próximo, na Praça São Pedro, para elevar ao céu a invocação pela paz. Ao concluir a Audiência Geral desta quarta-feira, 24 de setembro, o Papa Leão XIII exortou os fiéis a intensificarem a oração durante o mês de outubro, tradicionalmente dedicado à oração do Rosário. “Um gesto de fé”, disse ele no encerramento do mês mariano nos Jardins Vaticanos, em 31 de maio deste ano, “com o qual nos reunimos de forma simples e devota sob o manto materno de Maria”. Uma oração que evoca “o louvor, o caminho, a esperança e, sobretudo, a fé meditada e manifestada em conjunto”, “com uma fisionomia mariana e um coração cristológico”.

Leão XIV recorreu à “oração do cristão — como disse o Papa Bento XVI no Angelus de 1º de outubro de 2006 — que cresce na peregrinação da fé, seguindo Jesus, precedido por Maria”, para pedir o dom da paz, palavra que está marcando o seu magistério e que, ao ser eleito Papa, repetiu dez vezes em sua primeira bênção “Urbi et Orbi”. Essa ligação entre o Rosário e a paz foi sempre enfatizada por seus predecessores, que convidavam à oração e até ao jejum nos momentos mais difíceis da história.

O grito pela paz se transforma em oração

Invocamos de ti, Mãe, a misericórdia de Deus, tu que és Rainha da Paz! Converte as almas daqueles que alimentam o ódio, silencia o ruído das armas que geram a morte, extingue a violência que existe no coração humano e inspira projetos de paz nas ações de quem governa as nações.

Era 6 de outubro de 2024, véspera do primeiro aniversário do ataque terrorista do Hamas a Israel, quando o Papa Francisco, na Basílica de Santa Maria Maior, diante da Salus Popoli Romani, rezou o Terço pela paz mundial, fazendo uma súplica sincera à Virgem Maria. Dias de jejum e oração foram uma constante ao longo do pontificado de Jorge Mario Bergoglio. Após seis meses de seu pontificado, em 7 de setembro de 2013, ele pediu orações pela Síria, pelo Oriente Médio e pelo mundo. Desde então, as regiões mais dilaceradas e sofridas da Terra tornaram-se o centro de uma oração unida e sincera. Depois da Síria, as orações seguiram, em 2017, para a República Democrática do Congo e o Sudão do Sul, e, em 2020, para o Líbano, mergulhado numa grave crise política, social e econômica, exacerbada pela explosão no porto de Beirute. Um ano depois, foi a vez do Afeganistão, após o retorno dos Talibãs ao poder. Depois, em 2022, foi a vez da “martirizada Ucrânia”, ainda hoje abalada por uma guerra que não conhece trégua.

“Guerra nunca mais”

Nos anos 90, São João Paulo II, diante da Guerra do Golfo, expressou sua tristeza pelo conflito em cartas endereçadas a Saddam Hussein e a George Bush. Em 16 de janeiro de 1991, ao final do Terço na Sala das Bênçãos, convocado para oferecer suas preocupações e esperanças ao “Imaculado Coração de Maria, nossa Mãe”, o Pontífice polonês proferiu uma longa oração pela paz, na qual repetiu diversas vezes: “Guerra nunca mais”. Anos depois, o terrorismo atingiu o centro dos Estados Unidos com os ataques de 11 de setembro de 2001 às Torres Gêmeas em Nova York. Com o mundo se encontrando cada vez mais frágil e com perspectivas sombrias, o Papa João Paulo II pediu que 14 de dezembro fosse um dia de jejum e oração para implorar “uma paz estável, fundada na justiça” e “soluções adequadas para os muitos conflitos que assolam o mundo”.

Os mesmos pedidos que ainda hoje, depois de tantos anos, o Papa Leão repete, pedindo o acompanhamento do povo de Deus.

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