Padre Celestino Epalanga e Albino Pakisi lançam desafios à reconciliação em Angola

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O Congresso Nacional da Reconciliação, que se realizará nos dias 6 e 7 de Novembro com a presença já confirmada do presidente da República João Lourenço é aguardado com grande expectativa já que o evento reveste-se de grande simbolismo espiritual, político e social que visa consolidar a paz e projectar uma nova cultura cívica no país.

Anastácio Sasembele – Luanda, Angola

A iniciativa pretende ir além da mera celebração histórica, focando-se num “exercício colectivo de exorcismo” social para curar as “feridas ainda abertas” na sociedade angolana, resultantes de décadas de conflito e polarização.

 A confirmação da presença do Chefe de Estado angolano é vista pela Igreja Católica como um passo crucial para legitimar o Congresso como um fórum verdadeiramente nacional e transversal, capaz de gerar compromissos políticos efectivos. O evento deverá reunir cerca de 500 participantes, incluindo líderes religiosos, representantes da sociedade civil, partidos políticos e cidadãos de diversos sectores e tem uma ambição clara: promover uma reflexão profunda sobre o passado para moldar um porvir mais inclusivo e fraterno.

Reflexão histórica colectiva e sectorial

O evento servirá como um momento de “Introspecção” e “Escuta”, com o propósito de incentivar uma reflexão nacional sobre o trajeto histórico de Angola desde a independência, em 1975, e os 23 anos de paz efectiva. Esta análise será feita por categorias sociais e classes profissionais, permitindo que diferentes segmentos da sociedade (políticos, empresários, intelectuais, sociedade civil) possam assumir e discutir os erros e acertos que “desconfiguraram a nossa estrutura social, cultural e familiar”.



Grupo de políticos angolanos que participam no debate sobre a reconciliação nacional

metamorfose da linguagem política e cívica

Um dos objectivos mais enfáticos da CEAST é transformar a linguagem política e social do país, que muitas vezes é marcada pela rotulação, exclusão e discursos de ódio. Os bispos defendem que é preciso substituir a “política do militante” pela “política da cidadania”, promovendo a inclusão e o bem-estar integral (emocional, psicológico, físico, social e cultural) de todos os angolanos.

Produção de uma Carta Nacional de Compromissos

O resultado mais tangível do Congresso será a elaboração de uma Carta Nacional de Compromissos. Este documento, que pretende congregar as lições aprendidas nos últimos 50 anos, deve definir os novos caminhos para o todo nacional, estabelecendo princípios éticos e cívicos que orientem a convivência pacífica, a justiça social e a solidariedade, servindo como uma base para um novo espírito de convivência em Angola.

O Congresso será encerrado com um culto ecuménico, simbolizando a unidade, diversidade e pluralidade de vozes que se unem em torno do projecto de uma Angola mais reconciliada.

Acompanhe a seguir as reflexões em torno dos desafios da reconciliação em Angola, nas vozes do Padre Celestino Epalanga, Secretário Geral da Comissão Episcopal de Justiça e Paz e Integridade da Criação da CEAST e membro da Comissão organizadora do Congresso e do analista político Albino Pakisi, numa moderação do Correspondente da Vatican News em Angola, Anastácio Sasembele.

Padre Celestino Epalanga e Albino Pakisi

Fonte

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