Na manhã deste sábdo, 15 de junho, o prefeito do Dicastério das Causas dos Santos presidiu em Cracóvia a cerimônia de beatificação do sacerdote diocesano mártir, morto aos 42 anos pelo regime comunista: “Para ele, difundir o amor a Cristo era o único antídoto eficaz contra o ateísmo, o materialismo e todas as visões de mundo que ameaçam a dignidade humana”
Vatican News
“Um sinal de consolação de Deus, em um tempo ainda ferido pela violência e pela guerra em muitas partes do mundo e também não muito longe daqui”: foi assim que o cardeal Marcello Semeraro, prefeito do Dicastério das Causas dos Santos, descreveu a beatificação do padre Michał Rapacz, que ele presidiu em nome do Papa Francisco na manhã deste sábado em Cracóvia, na Polônia. Sacerdote diocesano mártir, ele foi morto por ódio à fé durante o regime comunista em 12 de maio de 1946 em Płoki, onde era pároco: um grupo de homens armados entrou na residência paroquial durante a noite, sequestrou-o e o matou em uma floresta próxima. Ele tinha apenas 42 anos de idade.
Mensagem de esperança para o mundo inteiro
A celebração foi emoldurada pelo santuário de Łagiewniki, dedicado à Divina Misericórdia: consagrado por São João Paulo II em 17 de agosto de 2002, o local de culto, com sua moderna forma elipsoidal, abriga os restos mortais de Santa Faustina Kowalska, a apóstola dessa devoção à qual o Papa Wojtyła era muito ligado. numerosos fiéis se reuniram dentro e fora da igreja em um dia quente e ensolarado. Também eram numerosos os clérigos da Arquidiocese de Cracóvia e de outras dioceses polonesas presentes. A partir daqui, disse o cardeal Semeraro, uma mensagem de “esperança e consolo irradia sobre toda a nação polonesa e o mundo inteiro”.
Construtor da paz
Ao se debruçar sobre o significado da Eucaristia como o “sacramento da misericórdia”, o cardeal lembrou, na esteira do Papa Francisco, que ela “não é um prêmio para os bons, mas é força para os fracos, para os pecadores. É o perdão, é o viático que nos ajuda a ir, a caminhar”. Nessa perspectiva, continuou ele, “alimentados pelo Pão eucarístico, nós também podemos dizer nosso sim, que é o compromisso de fazer e viver escolhas radicais, corajosas e até mesmo incômodas. O sim a uma maneira diferente de responder ao mal com o bem, tornando-nos construtores da paz e abraçando os ideais daquela medida elevada da vida cristã que os santos, com seu testemunho, nos fazem ver”, colocando-se “com generosidade a serviço dos últimos, dos pobres, dos marginalizados, dos menores e indefesos”.
A Eucaristia, antídoto contra o ateísmo e o materialismo
Um modelo a ser seguido, acrescentou o prefeito do Dicastério das Causas dos Santos, é o padre Rapacz, para quem “a Eucaristia foi o fundamento de sua vida como homem de Deus”. “Difundir o amor por Cristo presente no Pão consagrado”, disse o cardeal, “era para ele o único antídoto eficaz contra o ateísmo, o materialismo e todas as visões de mundo que ameaçam a dignidade humana”. E é “do dom de Jesus no altar” que o pároco de Płoki “extraiu o maior amor, o amor que não fica paralisado diante do ódio, da violência e de tudo o que causa medo”. Um pastor de almas radicado na caridade, lembrou Semeraro, o padre Michał manteve uma firme resolução: “Estou pronto para dar minha vida pelas minhas ovelhas”.
Um modelo para os jovens
Nesse sentido, o purpurado convidou os jovens a olharem para o sacerdote mártir como um “encorajamento para abraçar o Evangelho de Jesus com todo o seu ser”, porque em sua vida o padre Rapacz “amadureceu a maior sabedoria: a de saber discernir a quem entregar todo o seu ser”, consciente do fato de que “responder com generosidade à vocação cristã é sempre responder àquele chamado para ser santo, que Deus dirige a cada homem e mulher”.