O Padre Tiago Azevedo, vigário episcopal para educação da Arquidiocese do Rio de Janeiro, refletiu sobre a importância da educação católica durante o jubileu do mundo educativo. Ele destacou a missão dos educadores como um ato de amor e a necessidade de valorizar sua contribuição para a sociedade.
Silvonei José – Vatican News
Nos dias passados recebemos nos nossos estúdios o Padre Tiago Azevedo, vigário episcopal para educação da Arquidiocese do Rio de Janeiro.
Padre Tiago, que felicidade poder recebê-lo aqui. Seja bem-vindo à Rádio Vaticana. “felicidade imensa, Silvonei. Uma felicidade para mim, em particular, também conhecer, pela primeira vez visitando aqui os estúdios da Rádio Vaticana, programa brasileiro, estar consigo pessoalmente.
Vivemos o Jubileu do mundo educativo. O senhor, como vigário episcopal para a educação, eu creio que trouxe muita gente no coração. “Sim, trouxe no meu coração, de um modo muito especial, todo o mundo da educação católica do Rio de Janeiro, as escolas católicas, pastoral de educação, estudantes das escolas católicas, famílias, todos aqueles que trabalham com a educação católica em nossa cidade. São 75 escolas católicas, somente na cidade do Rio de Janeiro, e inúmeros professores, estudantes, famílias, todos aqueles que congregam nesse mundo da educação católica”.
Antes de falarmos dessa realidade, como foi o jubileu? “Marcante, sem sombra de dúvidas. Nós temos um Papa educador, um agostiniano que traz no fundo do seu coração o desejo de formar mentes e corações, como Santo Agostinho tanto pregava e congregava, mas sobretudo, quando foi também superior dos agostinianos, os agostinianos têm colégios católicos pelo mundo todo. E ele próprio deu dois testemunhos. No encontro, durante o jubileu com estudantes, ele falou, eu fui professor de matemática e de física. E depois, com os professores, ele falou, eu fui professor formador nas instituições agostinianas. Nós temos alguém que trabalhou não só na teoria, mas na prática da educação, agora sentado na Cátedra de Pedro, de São Pedro. São Pedro, que é um educador também”.
O Papa, conversando seja com os educadores, seja também com os estudantes, me chamou muito a atenção quando ele falava que o educador também é um educador do amor. “Exatamente. A educação é amor. Ele falava que educar não é só transmitir conteúdos, conteúdos pedagógicos, informações, não, não. Mas, sobretudo, um ato de amor. Quem educa tem que estar imbuído de um espírito de amor, de caridade. Isso foi muito forte. É claro”.
O Papa falou também que, muitas vezes, os educadores, a eles não é dado o devido valor. Gostei disso também, para recordar a importância da missão dos nossos educadores. “E aqui, não só no mundo da educação católica, mas na educação em geral. Ele falava disso, que se queremos realmente formar uma sociedade, esse caminho não pode prescindir o caminho da educação. E aí, naturalmente, bateu forte nisso. Os educadores aplaudiram quando o Papa falou disso, sentindo, naturalmente, a sua dor. Muitas vezes, também, as suas tristezas do dia a dia, do cotidiano da escola, de não perceber o devido valor. Seja, às vezes, pelas legislações, mas também, muitas vezes, no cotidiano. Então, entender o seu lugar, sobretudo, se colocar no lugar do educador e perceber a sua importância na formação da sociedade. Foi forte”.
Um Jubileu que ajuda e, vamos dizer, vai massagear um pouquinho o ego dos nossos formadores. “Com certeza. O tema, inclusive, que o Dicastério convocou para o jubileu foi Constelação de Esperança. O cardeal José Tolentino, prefeito do Dicastério, convidou os educadores e todo mundo da educação a se entenderem como uma grande constelação, como estrelas que formam essa grande constelação, que é o mundo da educação, não só católica, mas da educação como um todo. Entender que uma estrela já tem muita luz, mas quando ela forma uma constelação, é capaz de iluminar todo o céu, todo o mundo. E renovando essa esperança, a constelação de esperança. Foi o grande tema que o Dicastério da Educação e da Cultura nos convidou a viver nesses dias”.
O que leva para lar na bagagem, então? Renovada a esperança, sem sombra de dúvidas, sobretudo no contexto do Rio de Janeiro, que todos nós conhecemos bem, as alegrias, as dores, as lutas do Rio de Janeiro, mas, sobretudo, entender o nosso papel enquanto vicariato episcopal para a educação, enquanto escolas católicas, pastoral da educação, enquanto formadores no Rio de Janeiro, entender que queremos uma cidade melhor, a cultura da paz. E aí, concluindo, eu digo que o Papa incluiu no Pacto Educativo Global do Papa Francisco três objetivos a mais. Falou de formar para a vida interior, falou de formar nessa cultura do digital e, sobretudo, formar para a paz. A cultura e a educação são instrumentos de paz. A educação forma paz”.
Eis a íntegra da conversa:
			
