“É relevante saber que os jovens saibam ser artesãos da esperança porque são capazes de sonhar. Por favor, não percam a capacidade de sonhar: quando um jovem perde essa capacidade, torna-se um “aposentado da vida”. Palavras do Papa Francisco no encontro com os membros do Conselho Nacional da Juventude neste sábado (16/11) no Vaticano.
Vatican News
Os membros do Conselho Nacional da Juventude da Itália foram recebidos neste sábado (16/11) pelo Papa Francisco no Vaticano por ocasião do aniversário de 20 anos do organismo. Os jovens foram recebidos com a aclamação do Papa:
Capacidade de sonhar
Francisco disse “é relevante saber que os jovens italianos sabem como ser artesãos da esperança porque são capazes de sonhar. Por favor, não percam a capacidade de sonhar: quando um jovem perde essa capacidade, não estou dizendo que ele se torna velho, não, porque os velhos sonham. Ele se torna um ‘aposentado da vida’. Isso é muito ruim. Por favor, jovens, não sejam ‘aposentados da vida’ e não deixem que a esperança seja roubada de vocês! Nunca! A esperança nunca desilude!”.
A voz dos que não têm voz
Ao falar sobre as responsabilidades da organização, o Papa recordou que é um órgão consultivo chamado a representar o mundo da juventude em nível local, nacional e europeu. Para isso devem promover a participação ativa dos jovens por meio de uma “rede” entre as muitas associações inspiradas em valores como solidariedade e inclusão. “Fazendo ‘rede’, mas também fazendo ‘barulho’”, disse o Papa. Nessa tarefa – “de ‘trabalhar em rede’ e fazer ‘barulho’ -, continuou o Papa, “eu os convido a ser a voz de todos, especialmente dos que não têm voz”.
Desafios da juventude
“Como sabemos, há muitos desafios”, acrescentou o Pontífice aos jovens, expondo os problemas atuais: “a dignidade do trabalho, a família, a educação, o engajamento cívico, o cuidado com a criação e as novas tecnologias. O aumento dos atos de violência e automutilação, até o gesto mais extremo de tirar a própria vida, são sinais de um mal-estar preocupante e complexo”. E o Papa sugeriu a necessidade de uma “aldeia de educação” onde, “na diversidade”, afirmou, “seja compartilhado o compromisso de gerar uma rede de relacionamentos humanos e abertos. É necessário um pacto, uma aliança, entre os que desejam colocar a pessoa no centro e, ao mesmo tempo, estão dispostos a investir novas energias para a formação dos que servirão à comunidade”.
Beleza e novidade da vida
Falando sobre a beleza e a novidade da vida, tarefa à qual os jovens são chamados, Francisco lembrou: “há uma beleza que vai além das aparências: é a beleza de cada homem e mulher que vive sua vocação pessoal com amor, no serviço abnegado à comunidade, no trabalho generoso para a felicidade da família, no compromisso altruísta de fazer crescer a amizade social. Descobrir, mostrar e destacar essa beleza significa lançar as bases da solidariedade social e da cultura do encontro”.
Serviço abnegado pela verdade e liberdade
“Seu serviço abnegado pela verdade e pela liberdade, pela justiça e pela paz, pela família e pela política é a contribuição mais bela e mais necessária que vocês podem dar às instituições para a construção de uma nova sociedade”, afirmou o Papa. Concluindo esse ponto ele disse: “permitam-me, por fim, dar-lhes a coisa mais relevante, aquela verdade que, para um cristão, nunca deve ser silenciada. É um anúncio que diz respeito a todos, jovens e idosos, e que sempre precisamos ouvir novamente: ‘Deus te ama’, ‘Cristo te salva’, ‘Ele vive!’. Se Ele vive, então a esperança não é em vão. O mal, o pessimismo e o ceticismo não terão a última palavra”.
Os conflitos
Encorajando os jovens, o Papa ainda disse: “diante dos desafios e das dificuldades que vocês podem achar em seu trabalho, não tenham medo! Não tenham medo de passar por conflitos. Os conflitos nos fazem crescer”. “Na vida de vocês é necessário, – até mesmo para passar pelos conflitos – a paciência para transformá-los na capacidade de escuta, de reconhecimento do outro, de crescimento recíproco. A tentativa de superar os conflitos é um sinal de que estamos mirando mais alto, mais alto do que nossos próprios interesses particulares, para sair da areia movediça da inimizade social”.