Papa aos seminaristas de Barcelona: "Aspirar à coroa de espinhos, que nos identificam com o Senhor"

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“Deus pede-nos sacrifício do coração, renunciando à nossa vontade, ao louvor mundano, que só nos distanciam de Deus. Devemos aspirar à coroa de espinhos, que nos identificam com o Senhor”. Palavras do Papa Francisco no discurso entregue à Comunidade do Seminário Conciliar de Barcelona na manhã desta sábaado, 10 de dezembro

Vatican News

O Santo Padre recebeu, na manhã deste sábado, 10, no Vaticano, a comunidade do Seminário Conciliar de Barcelona, que tanto desejava achar o Papa. Na ocasião o Papa entregou o discurso que apresentamos a seguir e falou com os presentes de improviso.

A oração perseverante produz frutos! 

No discurso aos seminaristas, Francisco fez uma breve reflexão sobre o tema da oração: a oração perseverante produz frutos! Mas, é relevante também, – recordou – invocar a mediação da Igreja, por meio da oração dos párocos e fiéis, para que Deus lhes conceda a perseverança na vocação e no caminho do bem. Depois, referindo-se de modo particular aos que estão para concluir seus estudos, o Papa citou duas tentações: a de se concentrar nas coisas ruins, levando em conta apenas as experiências negativas, e a de tentar expor um mundo idílico e irreal. E explicou:

“Lembrem-se que, quando forem sacerdotes, sua primeira obrigação será ter uma vida de oração, que brota da ação de graças por este amor de predileção, que Deus lhes demonstrou ao chamá-los ao serviço sacerdotal”

O sacerdote não é um dominador de almas

Na fase de formação para o sacerdócio, seria bom, sugeriu Francisco, confrontar-se com as atitudes de disponibilidade e oração da Virgem Maria, segundo os mistérios Gozosos do Terço. O sacerdote não é um dominador de almas… sua riqueza e poder é agir em nome de Jesus, é ser seu instrumento, tornando-o presente na Eucaristia, nos Sacramentos, na Palavra. Por isso, doamo-nos, como Jesus, no Templo, como vítimas, pela redenção do mundo. Aquele Jesus, que se perdeu no Templo, pode ser sempre encontrado no sacrário. Com ele, fazer todo o possível pelas almas, que lhes foram confiadas. E citando os mistérios Dolorosos do Terço, Francisco disse:

“Deus pede-nos sacrifício: sacrifício do coração, renunciando à nossa vontade; sacrifício da sensibilidade, que contemplamos na flagelação; sacrifício da honra, renunciando ao louro da nobreza, do título acadêmico, do louvor mundano, que só distanciam de Deus. Devemos aspirar à coroa de espinhos, que nos identificam com o Senhor”

Aceitar a própria Cruz

Nisto consiste o sacrifício, diz o Papa: aceitar a própria cruz e iniciar um caminho, muitas vezes de abandono, com o sacrifício da vida. Olhando para a cruz, levantamos os olhos ao céu e vemos o nosso destino. Para que isso seja possível, são suficientes coisas simples do dia a dia: cama dura, quarto pequeno, mesa pobre de comida, noites ao lado dos moribundos, levantar-se de madrugada para abrir a igreja, onde, com Jesus, acolhemos os pecadores e sofredores.

Por fim, o Papa concluiu suas reflexões com os mistérios Gloriosos, nossa ação de graças pelo sacrifício de Jesus na cruz. Após o triunfo da ressurreição, Jesus continua sua ação de graças no santuário celeste, sentado à direita do Pai, convidando-nos à esperança e à felicidade, que nos garantem o Paraíso.

Antes de se despedir da Comunidade do Seminário Conciliar de Barcelona, Francisco recordou que Deus nos envia o Espírito Santo, que concede o dom do sacerdócio. E exortou: “Jamais se esqueçam do seu amor de predileção; jamais deixem apagar o ardor de intrépidos pregadores do Evangelho; imolem-se com Ele no sacrifício Eucarístico. Enfim, ao rezar o Terço, peçam a Maria, Rainha e Mãe de Misericórdia, que os ajude a descobrir os mistérios do sacerdócio, mediante a contemplação dos mistérios do seu Filho”.

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