Papa inclui o arcebispo de Nápoles, dom Domenico Battaglia, aos novos cardeais

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“Padre Mimmo”, como é conhecido, se junta à lista de cardeais que receberão o barrete no próximo dia 7 de dezembro. De origem calabresa, está à frente da arquidiocese napolitana desde 2020 e é conhecido por seu engajamento social ao lado dos mais vulneráveis. O cardeal eleito declarou: “O cardinalato é serviço e responsabilidade. Não me chamem de eminência; serei e sempre continuarei a ser padre Mimmo.”

Salvatore Cernuzio – Cidade do Vaticano

Serão, portanto, 21 os novos cardeais que receberão o barrete vermelho no Consistório de 7 de dezembro. O Papa Francisco adicionou à lista dos futuros cardeais um novo nome: o de dom Domenico Battaglia, arcebispo de Nápoles desde dezembro de 2020.

A notícia foi anunciada na tarde de segunda-feira (04/11), pelo diretor da Sala de Imprensa vaticana, Matteo Bruni, em uma declaração: “O Papa Francisco anuncia que incluiu entre os nomes dos novos cardeais que serão criados no próximo Consistório de 7 de dezembro Sua Excelência Domenico Battaglia, arcebispo de Nápoles.”

“Levo as alegrias e as angústias do sul”

A nomeação surpreendeu toda a arquidiocese e o próprio cardeal eleito, que, ao ser contatado pela mídia vaticana, comentou: “A nomeação com a qual o Papa Francisco me inseriu hoje no Colégio Cardinalício me pegou de surpresa, gerando em mim uma reação dupla. De um lado, sinto o peso dessa responsabilidade com que o Papa me convida a abrir o coração, para ajudá-lo em seu ministério e acolher sua preocupação com a Igreja universal e com o mundo inteiro. De outro lado, sinto uma sincera gratidão ao Papa Francisco, não tanto pela atenção que ele dirige à minha pessoa, mas porque ao me chamar para este serviço, ele olhou para um filho do Sul, bispo de uma Igreja do Sul, deste Sul que é ao mesmo tempo terra de luta e de esperança!”

“Sinto como meu dever, também neste novo encargo – acrescenta Battaglia – levar comigo as alegrias e esperanças, as tristezas e angústias dos homens de hoje, especialmente dos pobres e de todos os que sofrem no nosso Sul e em todos os ‘sul’ do mundo, ‘sul’ existenciais e não apenas geográficos!”

“Serei sempre padre Mimmo”

O porvir cardeal afirma estar seguro de “poder contar com a oração da Igreja de Nápoles e de todos aqueles com quem compartilha o caminho”. A si mesmo e a todos, recorda que “tornar-se cardeal não é um privilégio, mas uma responsabilidade, uma responsabilidade que podemos compartilhar na medida em que caminharmos juntos, sentindo-nos servos uns dos outros!”. Ele faz questão de acrescentar uma última coisa: “Não me chamem de Eminência, como alguns já fizeram; serei e sempre continuarei a ser padre Mimmo.”

A lista dos novos cardeais volta a 21

O número de cardeais eleitos volta, então, ao número original, anunciado ao término do Angelus de 6 de outubro passado, após a renúncia do bispo indonésio de Bogor, dom Paskalis Bruno Syukur, em 22 de outubro, “para crescer na vida sacerdotal”. Assim como em Turim, com a escolha do arcebispo Roberto Repole, uma grande diocese italiana volta a ser sede cardinalícia.

Engajado com os mais vulneráveis

Battaglia, ou melhor, “padre Mimmo”, é uma figura pastoral de destaque com um histórico de “sacerdote das rua”, especialmente comprometido com jovens e dependentes químicos. O Papa também o incluiu entre os membros das duas sessões do Sínodo sobre a Sinodalidade.

Nascido na Calábria, natural de Satriano, tem 61 anos e, antes da arquidiocese napolitana, foi bispo da Diocese de Cerreto Sannita-Telese-Sant’Agata de’ Goti, na província de Benevento. Estudou filosofia e teologia no Pontifício Seminário Regional “São Pio X” em Catanzaro. Ordenado sacerdote em 6 de fevereiro de 1988, ao longo dos anos foi pároco, reitor, diretor de escritórios diocesanos e cônego. Em 24 de junho de 2016, foi eleito por Papa Francisco para a sede episcopal de Cerreto Sannita-Telese-Sant’Agata de’ Goti. A consagração episcopal ocorreu em 3 de setembro e a posse na comunidade beneventana em 2 de outubro de 2016, tendo escolhido como lema episcopal as palavras de Jesus a Bartimeu – o filho cego de Timeu, que estava sentado à beira do caminho a mendigar – “Coragem, levanta-te, ele te chama!” (“Confide, surge, vocat te!”).

Atenção aos marginalizados

Dom Battaglia sempre teve um envolvimento especial com os fracos e marginalizados: esteve ao lado dos dependentes químicos de 1992 a 2016, liderando o “Centro Calabrese de Solidariedade”, estrutura vinculada às Comunidades Terapêuticas de padre Mario Picchi, da qual foi presidente nacional de 2006 a 2015. De 2000 a 2006, também foi vice-presidente da Fundação Betânia de Catanzaro, uma obra diocesana de assistência e caridade.

Em Nápoles, onde é bem apreciado pelo clero e pelos fiéis locais, o novo arcebispo se apresentou em sua primeira mensagem “como irmão que vai ao encontro dos irmãos” em uma cidade, “tesouro do Sul”, onde se luta e se espera frente a várias problemáticas sociais. Questões que ele sempre sempre denunciou, sem nunca deixar de criticar episódios de violência e criminalidade, que observa também com o olhar de pastor, como continuará fazendo como cardeal.

O Colégio Cardinalício

No próximo Consistório, o décimo do Papa Francisco, apenas um dos futuros cardeais não será eleitor (o ex-núncio Acerbi): com a adição de Battaglia, serão 11 europeus, dos quais 5 italianos; 6 do continente americano, dos quais 5 sul-americanos, 3 asiáticos e 1 africano. A partir de 7 de dezembro, o Colégio Cardinalício será composto por 256 membros, dos quais 141 eleitores e 115 não eleitores.

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